quinta-feira, 19 de maio de 2011

A cura

Continuo cansada e ocupada, então contarei uma história em linguagem telegráfica. Vejamos se dá pra entender:

Viajei trabalho. Troquei muitos olhares George Clooney melhorado. Músico tímido. Jantar mesma mesa. Cadeiras distantes. Primeiro diálogo: tchau. Tchau. Dia seguinte aeroporto. Mudar ou não mudar passagem ? Não mudar. Roubada à vista. Bom senso venceu. Argh.

Vida de princesa 2

Wow. Grande personagem, grande publicação.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Olá

Estou aqui de passagem, apenas para justificar minha prolongada ausência. Percebam: hoje trabalhei das 8h30 às 20h30, cheguei em casa e tive que brincar de lutinha com meu filho, depois tive que supervisionar a lição que ele ainda não tinha feito, depois coloca-lo para dormir. O chuveiro estourou hoje e não me avisaram, assim como não me avisaram que o papel higiênico acabou. Então amanhã meu dia começará de novo às 6h30, sem banho quente e sem papel higiênico. Tenho tido o sono agitado, muitos sonhos, pouco descanso. Tenho esquecido coisas e nomes de pessoas. Não tenho falado o suficiente com os amigos. Não tenho tido forças para sair. Enfim, tenho consumido toda minha energia mantendo-me viva desde o amanhecer até a noite, utilizando toda minha cada vez mais escassa capacidade de raciocínio para o trabalho, que não é pouco. Reuni as últimas forças para escrever esta postagem, e estou prestes a desmaiar em cima do tecladoihhhhasdsllkzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.

sábado, 16 de abril de 2011

Desjejum em meio ao caos

Tendo a me ver como uma pessoa razoavelmente compreensiva. Costumo tentar enxergar a razão alheia, tentar compreender motivações conscientes ou subconscientes por trás de atos destrutivos. Mas, quando me machuco (ou vejo alguém próximo se machucar) e não encontro explicações convincentes, guardo uma mágoa enterrada que às vezes nem eu sei que existe, mas que, se devidamente remexida, marchará pela terra como uma morta-viva.

Pois bem, há pouco aconteceu-me de reencontrar um homem que me fez mal. Há homens que te fazem mal e você esquece, pois eles perderam o valor que já tiveram (por exemplo, o casado infiel n/1, que hoje não me suscita nada, nem desprezo). Há homens que te fizeram mal e você não os culpa, pois sabe que se meteu na roubada de forma esclarecida (exemplo do casado infiel n/2 e último). E há homens que você pensa ter perdoado ou deixado pra lá, mas descobre que não conseguiu (caso do AB1, o artista boêmio prévio ao atual).

Reencontrei o AB1 numa situação social. Como não nos falávamos há tempos e sempre gostamos de rir um do outro, foi natural que passássemos a noite conversando. Tudo estava indo muito bem até que, ao fim da noite, ele: 1- pediu desculpas pelo que tinha feito comigo (acreditem, não foi legal), 2 - disse que eu era a mulher perfeita pra ele e 3 - afirmou que, quando o conheci, ele não era nem metade do homem que ele é hoje. Sim, ele havia mudado. Não, ele não me faria mal. Eu deveria largar o meu namorado e voltar correndo para os seus braços.

Olhei bem pro moço pra saber se ele acreditava no que estava dizendo, e achei que sim. Talvez o álcool o tivesse convencido. E, junto com a percepção de que ele estava sendo sincero (não honesto, mas sincero), me veio uma raiva, uma raiva desconhecida. "Você estragou tudo, seu bosta!", era o que eu queria dizer. Queria dar um soco no peito dele e gritar "Você estragou tudo! Tudo! Agora não há mais jeito!" como uma mulherzinha descontrolada de filme da Sessão da Tarde.

Mas eu simplesmente disse que não pretendia largar o meu namorado e me afastei. Depois, com a insistência dele, confessei que havia também um outro lado: a ferida deixara marca e a explicação "eu fui um idiota" não era suficiente. Nem se estivesse solteira reataríamos. Ele expressou grande frustração.

No dia seguinte, ele me liga. Com o tom completamente mudado pela falta de álcool no sangue, ele me fala algo banal e amigável mas sem carinho, como se para me alertar de que os sentimentos do dia anterior haviam desaparecido com a ressaca. Eu correspondo ao tom e nos despedimos rapidamente.

Minhas queridas, não se enganem: um homem egocêntrico será sempre um homem egocêntrico, e, no dia seguinte, ao lembrar-se que você lhe negou um beijo e do quanto ele se expôs, fará de tudo para não parecer por baixo.

Mas, cá com os meus botões, sabe o que eu penso? Que de vez em quando ele sofre por mim, e, quando isso acontece, o sofrimento se agrava por saber que ele pôde - e teve muitas oportunidades de - fazer as coisas de forma diferente. Não o fez porque não quis.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Comunicado Importante II

Amado e participativo povo da Separadolândia,

pelo poder a mim conferido como uma das 4 autoras desse blog, comunico-lhes que, a partir de agora, os comentários serão mediados.

Antes que nos comparem à ditadura cubana, avisamos que somos simpatizantes da anarco-monarquia.

Não apaguei os últimos comentários para que entendam nossa atitude extrema: as recentes participações do público abriram as comportas, de forma que até de "putas estragadas" estamos sendo chamadas.

Como funciona a vida real ? Você decide promover uma recepção no estilo Open House. Alguém entra na sala, abaixa as calças e dá uma bela cagada. O que você faz ?

a) Pede à pessoa que fez isso que nunca mais o faça, pois não é muito simpático cagar na sala alheia.

Vem a mesma pessoa, ou uma outra, e caga de novo. O que você faz ? Bate palmas e diz: isso mesmo, querido, sou uma milionária excêntrica e democrática feito a Peggy Guggenheim ? Não, você:

b) Chama o Jarbas, ele vem com um paninho e limpa tudo, você continua a sorver seu chá.

A pessoa caga de novo, outros se entusiasmam e o acompanham. De forma que não há Jarbas nem paninho que dê conta. O que você faz ?

c) Evacua (ops) a casa, contrata uma cooperativa de faxineiras que limpa tudo novamente, e adota o seguinte procedimento: na próxima recepção, só entram mediante convite.

Isso, num blog, se chama Moderação.

(Nesse ponto do discurso, a multidão já se acotovela diante do palanquinho anarco-real e começa a gritar: Ei ! Sua vaca estragada autoritária ! Quem você pensa que é ? Vai fazer terapia ! ).

S1 levanta as mãos pedindo silêncio e diz: acalmem-se, acalmem-se. Não terminei. Só apaguei todos os comentários depois do número 23, pois os insultos eram generalizados. Apaguei meus próprios comentários e os de minhas queridas S2, S3 e S4 o que denota meu caráter de inquestionável equanimidade. Não chamei ninguém de homossexual, e não tenho nada contra. Já namorei um e não tenho queixas (pelo contrário, foi o único homem que vi resistir ao teste da toalha molhada). Também me incomodaram as referências de alguns à espessura do pênis alheio. Isso é calúnia, pois a espessura só pode ser precisada in loco, mediante a utilização de um compasso ou pedaço de linha. Ao apagar preservei sobretudo a imagem do querido Anônimo, que ao que parece está virando alguma espécie de mártir popular.

Por fim, tranqüilizo o povo de separadolândia avisando que utilizarei todo meu bom senso e discernimento para não publicizar apenas aqueles comentários que considerar ofensivos, mantendo os saudavelmente polêmicos, do tipo "vocês são umas largadas frustradas e neuróticas". Esses nos divertem.

Espero que compreendam, leitoras fiéis. E peço desculpas se porventura tivermos ferido alguma suscetibilidade.

Atenciosamente,

S1

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Comunicado Importante

Amado povo de Separadolândia,

pelo poder a mim conferido, excluí todos os comentários da postagem anterior. Peço desculpas, mas pensei que uma visitante de primeira viagem poderia ficar muito mal impressionada e nunca mais voltar aqui. E isso seria por demais injusto, visto que nos dedicamos tanto para manter o chamado Nível.

Aproveito a ocasião solene para dar um aviso a nosso Anônimo Luso: pode participar quando quiser, desde que não utilize o blog como subterfúgio para aliviar sua carência de interlocutoras femininas. Percebemos que tem muito a dizer ao mundo, e sugerimos que crie seu próprio blog. Em resumo: ISSO AQUI NÃO É A CASA DA MÃE JOANA.

Com renovados votos de Peace & Love,

Atenciosamente,

Ísis

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Questão de princípios

Aqui abaixo, no post "Novidades", um anônimo fez um comentário que transcrevo a seguir:

"Pode ter certeza, se tudo der certo entre a S2 e sua paixão, ela vai abandonar vocês. Mulheres não cnseguem ser fiéis às mulheres e principalmente depois que encontram "O grande amor de sua vida". Tudo se repete continuamente. Se não der certo ela vai voltar correndo pros braços das separadas.Aguardem"


Criei outra postagem para comentar esse comentário, pois queria que ficasse visível para todos. Querido anônimo, este blog não milita por nenhum estado civil. Somos amigas, nos adoramos, e isso é bem mais importante do que um espaço virtual. Quando uma de nós sente que não é o momento de escrever não escreve, e outra de nós cobre o buraco na pauta. Se uma de nós quiser casar de véu e grinalda, as outras três estarão jogando arroz pro alto e rezando pra dar tudo certo. 


Acreditamos no amor. Acreditamos na lama. Acreditamos na solidão. Acreditamos até no casamento. Acreditamos em um monte de coisas de acordo com a necessidade do momento, acreditamos até naquilo em que não acreditamos, só pra não deixar a outra acreditar sozinha. ISSO é fidelidade entre mulheres. E ela existe sim, bem aqui, debaixo do seu nariz.

domingo, 10 de abril de 2011

Domingão

Hoje o dia foi longo, garotas. Beeeeeem longo. Com direito a três crianças brigando e bagunçando num carro na estrada, chuva fora de hora e um homem que precisava de elogios. Elogios sobre como educa bem seus filhos, sobre sua inteligência, sobre como escolhe o melhor caminho que não tem trânsito. Acontece que eu não estava com humor pra criança nem com vontade de elogiar ninguém.

Agora estou aqui na paz do lar. Assistindo CSI, reparando em como as plásticas dos atores deram errado, escrevendo no nosso blog, tomando uma cerveja e comendo Doritos sabor Sweet Chili (o que atrasará em alguns dias o êxito do meu Projeto Barriga Tanquinho).  Para muitos pode parecer uma vida miserável, mas me sinto bem nesse exato momento. Melhor que isso, só se estivesse no Estádio do Morumbi.

sábado, 9 de abril de 2011

Novidades

Enquanto eu me debatia em culpa por ter abandonado este blog por quase uma semana sem assunto, um assunto acontecia bem embaixo do meu nariz.

Sim, leitoras amigas, a senhora S2, desaparecida desde tempos imemoriais, está se enfiando numa nova empreitada. Lembram-se de Zipi, o primata que a deixou falando sozinha na noite de Ano Novo, não é mesmo ? Pois bem, S2 livrou-se dele com a velocidade da luz - o que comprova que esta discreta autora tem mais força de vontade do que todas as S juntas. Em seguida, lembram-se, desapareceu durante semanas em que dedicou-se ao trabalho escravo. E agora venho a saber, meio assim de passagem, que S2 está apaixonada.

Você telefona para a amiga que julga íntima num sábado à tarde, para combinar um programa com as crianças. Ela bebeu meia garrafa de vinho, fala mais rápido do que um trem descarrilhado. Ri descontroladamente de tudo. E no meio de um milhão de frases diz que "tem muita coisa rolando", que "está apaixonada", e que é tão sério que não quer nem falar a respeito. Arremata com a pérola: "preciso me centrar antes que as crianças cheguem". Ao fundo, ouve-se a ária de uma ópera italiana, daquelas bem trágicas.

É encrenca na certa, minhas amigas. E das grandes. Convido todas as leitoras a se juntarem a mim numa grande corrente de oração.

domingo, 3 de abril de 2011

Feijoada não !

Ontem encontrei-me com S3 e o namorado de S4, que ainda finge que não lê este blog. Embebedaram-me e convenceram-me a publicar aqui uma singela cartinha que recebi de um ex-namorado.

O sujeito em questão foi o último em quem apostei todas minhas fichas. "Ele enganou a todas nós", costuma dizer S4. O casamento parecia iminente. De fato seria, se eu não tivesse descoberto que tratava-se de mais um desequilibrado procurando em mim a tão sonhada estabilidade emocional. Foi difícil me libertar. O melhor sexo que tive na vida, sem dúvida. Mas quando se chega numa determinada idade, a luz da razão brilha tanto quanto o Santo Graal e você resolve não pagar para ver. Confesso que ele cavou a própria cova ao ler EM MEU COMPUTADOR, SEM PERMISSÃO, uma carta que eu enviara a um  antigo amor um ano antes. O sujeito ficou obcecado e revelou sua verdadeira natureza borderline: procurou a foto do ex na internet, fez uma montagem de mau gosto em Power Point, com frases da tal carta e corações, e mandou tudo pra mim. No melhor estilo filme de terror.

Meses após o rompimento, Fulano continuava a me escrever. E eu a não responder. Um belo dia, enviou-me esta linda mensagem eletrônica, com o enigmático título "FEIJOADA NÃO !":

Oi S1,

Tudo bom? Espero que sim.
Pensei em você nestes dias e deu vontade de falar, mas vias eletrônicas são tão tão ..., que deixei pra outra hora.
Mas na hora de fazer almoço, ainda a (sic) pouco, enxerguei tanto na casca de cebola como na folha de alface uma transparência que aparenta fragilidade mas que ao contrário disfarçam uma personalidade e uma força incrível. Inevitável lembrar de você. Então achei que devia te escrever em específico para pedir que torça por mim amanhã de tarde (12/09/2010). Será o enterro de Bakunin dentro da minha vida! Quem sabe ele ressurja com cores mais vivas e possa verdadeiramente se expressar. Mas de pronto é necessário matá-lo e no caso já estou mesmo é enterrando.
E você? Lindona como sempre! Tenho certeza! Seu filho tá bem na escola? E o  "derrapa mas não morde" de tua mãe, tá em ordem? Vendavais artístico-paternos em dia? 
Não precisa ficar respondendo tudo, claro. Aposto que você está bem. Espero que nunca esqueça do quanto desejo tudo de melhor e mais perfeito pra tua vida! Senti e sinto falta de conversar com você. Quando isso acontece mando um beijo pro céu e espero que ele alcance teus orixás.
Agora que desejo sua torcida mando um beijo eletrônico também.
Beijo,
Fulano


Livrei-me ou não de uma encrenca ?

segunda-feira, 28 de março de 2011

Do novo casamento

Logo depois de terminar o post anterior, fui colocar meu filho (doravante denominado MF) na cama. Enquanto ele escovava os dentes comigo do lado, começou o diálogo que segue. Observações minhas em itálico:

MF: Você nunca pensou em casar de novo ?
Eu: De onde você tirou esse assunto agora ?
MF: Tava pensando na minha esposa (ele fala assim, acho fofo).
Eu: Pensando o que ?
MF: Que ela vai escovar os dentes comigo, assistir tv comigo, dormir comigo. Nunca quero estar sozinho. Fico carente.
Eu: Sei. Não, por enquanto não tenho vontade. A última vez que pensei foi com o Fulano, mas desisti.
MF: Ufa.
Eu: Ufa o que ? Não quer que eu case ?
MF: Prefiro não.
Eu: Por que ?
MF: Porque se um dia quando acontecer alguma coisa excepcional eu quiser dormir com você não vai dar. A cama vai estar ocupada com o seu mariiiido (ênfase irônica no iii).
Eu: Meio egoísta da sua parte, né ?
MF: É.
Eu: E você não se importa de o seu pai se casar de novo ?
MF: Não, é diferente.
Eu: E eu não posso ?
MF: Só se for com o meu pai.
Eu: Ih, meu filho, esquece. Não tem a menor chance.
MF: Por que você se separou dele ? (a culpa é minha, claro)
Eu: explicações genéricas para filhos
MF: Ahn. E quem decidiu que eu ia morar com você ? Teve briga ?
Eu: Não, os dois concordamos.
MF: Ahn. Eu queria todos reunidos, é um sonho meu.
Eu: Eu sei, filho, mas não vai rolar. Somos uma família separada. Mas teu pai te ama muito, etc etc etc
MF: Tudo bem.
Eu: Tudo bem mesmo ? Ficou triste ? (eu é que fiquei culpada)
MF: Não.
Eu: Quer perguntar mais alguma coisa ?
MF: Não.

A essas alturas ele já estava na cama, ficamos abraçados um pouco e saí. Tenho certeza de que ainda está acordado.

Origens de tráfego

Há tempos não encontro nada que valha a pena na minha pesquisa da ferramenta Origens de Tráfego. Mas descobri que esses dias alguém chegou  ao nosso blog após digitar a frase


casar com mulher separada e com filhos é foda


Sim, meu camarada.  É foda pra ela. Como legítima representante da categoria, acho tão foda que nem cogito me casar 
novamente. 


Se estiver lendo isso e quiser se manifestar para um debate amigável, feel free.

domingo, 27 de março de 2011

A vida selvagem da separada

Queridas amigas, queridas leitoras,

escrevo para compartilhar mais uma cena bucólica vivida aqui em minha aprazível vizinhança. Vocês já sabem que estou cercada por bares de pagode, que tocam o mesmo repertório há trezes meses. Neste instante, por exemplo, estão gritando "ô coisinha tão bonitinha do pai". E assim por diante.

Minha aprazível rua serve, como não poderia deixar de ser, como estacionamento a céu aberto. E, já que não possuo automóvel desde que me separei (o nosso ficou com Birita's e nunca tive dinheiro sobrando para comprar outro), os guardas da rua sabem que minha garagem virou jardim. Uma coisa leva à outra, e constantemente me deparo com carros estacionados em frente ao meu portão.

Isto me deixa FURIOSA, minhas queridas. Realmente FURIOSA.

Principalmente porque sei que restaurantes faturam o dinheiro de clientes incautos, que estão pagando para algum manobrista energúmeno parar na frente da minha garagem. E mais principalmente ainda porque tudo isso tem a conivência dos guardas da rua, que sempre exclamam perplexos: "não vi quando pararam aí".

Pois hoje, quando saí para ir à padaria, tinha um carro parado na porta. Andei até o fim da rua e encontrei o guarda visivelmente bêbado. Reclamei e ele balbuciou mais uma desculpa inaceitável. Caminhei de volta para casa, deixei minha bolsa na cozinha, e peguei um pedaço de arame. Saí novamente, e um grupo de amigos (duas piriguetchys e dois afrodescendentes de grande estatura - leia-se negões) pediu que eu tirasse uma foto deles. Eu, muito simpática, obedeci. Logo depois de devolver a câmera, perguntei: esse carro é de vocês ? Eles: não. Eu: que bom. Acocorei-me, peguei o arame e comecei a esvaziar o pneu. As Piri gritaram, já no outro carro: isso aê, amiga !!!! Esvazia os quatro !!! Chama o guincho !!! E se mandaram.

Os dois afrodescendentes de grande estatura, estimulados pelo meu short really short, a posição de cócoras e a vingança de Cachorra, exclamaram : "você ê mesmo má !"
Eu: vocês não viram nada.
2adge: Você é solteira ou casada ?
Eu: estou ocupada, pessoal.
2adge: Você gosta de funk ?
Eu: não.
2adge: É que somos DJs de funk, vamos tocar agora na Love Story, a gente quer te convidar.
Eu: Meu filho pequeno está aí dentro de casa.
2adge: Não deixa ele ver isso que ce tá fazendo, hein ? Você é ruim mesmo.
Eu: pois é.

Eles partiram. O pneu esvaziou. Senti-me muito bem. Fodam-se os manobristas, fodam-se os guardas. Se quiserem parar na minha porta, TERÃO QUE PAGAR.

PS: é possível que, muito em breve, a Poderosa Ísis relate as graves conseqüências de seu ato de rebeldia contra o sistema. Tenho imaginado meu portão pixado com palavrões, como nos filmes americanos. Ou algo pior.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Planeta Lamma

Daminhão Experiença, meu mais novo Oráculo (ver post abaixo), escreveu um livro intitulado Planeta Lamma. Eis um excerto (sorry pelo tamanho, mas vale a pena):

"Como eu estava falando, a mulher é igual ao homem, os direitos são iguais, mas ela se vê inferior ao homem, os pensamentos são iguais; Porque os homens tomaram o poder? Porque os homens são mais espertos, apesar dos direitos serem iguais.

Mas ela se acomodou demais, ficou esperando o homem trazer para casa o dinheiro, a comida, ficar entregando, o corpo dela por um prato de comida, por dinheiro, pela vaidade, mas nem todas as mulheres. Tem mulher que vem com o instinto do homem dentro dela, ser independente, ela diz "não", você trabalha, eu trabalho, eu quero ter o meu dinheiro, não o seu, o seu é seu, o meu é meu. Existem aquelas outras que se acomodaram, a querer só ter neném, e dizer "ah, o meu marido é que tem dinheiro, o meu marido vai trabalhar e traz, você é uma boba. Boba, boba é aquela que fica sob o domínio do marido, que aquilo ela tá pagando, porque uma mulher que pari, tem dois ou tres filhos e fica subordinada ao homem é uma sofredora, ela é uma mulher que não tem nada; realmente ela trabalha, dentro de casa, não vamos negar a verdade, de jeito nenhum, mas da maneira que ela trabalha, é um trabalho inútil, porque você pode dizer que sua mãe pode criar os filhos, mas isso é bobagem porque na selva,os animais, desde eles nascem, os filhos já estão procurando se desenvolver por eles mesmos (...) O que acontece com elas, elas ficam o tempo todo dentro de casa, todas calejadas, toda deformada, fica uma mulher sem fazer nada, sem desenvolver o corpo dela. Conclusão: Os homens, maridos delas, passa dentro de casa a não olhar mais elas como olhava antes quando ela era novinha. É um problema de falta de desenvolvimento de sua própria mente. 0 homem vê a mulher dele, buchuda, com aquele barrigão, sem estar grávida nem nada, o homem fica dentro de casa contra a vontade dele, e as vezes ele tem relações com ela por obrigação, não por desejo, não porque ele tem mais aquele amor.

Agora sim. vamos dar a Cesar o que é de Cesar, realmente,quando agente ama uma pessoa, a gente ama para valer, mas com a continuidade do que vai acontecendo, agente passa a considerar aquela pessoa como uma irmã, ou uma mãe, uma pessoa bem íntima da gente (…) Porque tem umas que tem condições financeiras, mas nem todas tem condições financeiras para fazerem o que querem, porque como eu vejo por aí, pelo mundo afora, é apenas uma minoria de mulher que tem umas regalias, que fazem ginástica, porque tem uns recursos melhores, mas são contados nos dedos, não podem ser comparadas com a maioria de mulheres que existem no mundo. Conclusão: Aí a mulher brasileira até se relaxa e o marido rejeita ela dentro de casa e tem ela como se fosse uma irmã, elas as vezes querem e ele não quer, diz que está cansado e que tá isso ou aquilo. Sabe o que é isso, não tá cansado não, é porque lá fora pinta mulheres de montão, se ele realmente trabalha num escritório e tiver situação financeira boa, ainda é melhor, cada dia ele pega uma mulher mais linda, aí quando ele chega em casa e vê a mulher dele, nas condições em que está, com tres ou quatro filhos já completamente estragada, vai querer o que dela, um carinho, porque o que é que ele diz, diz que está cansado, que fez isso, fez aquilo. Mas não foi não, ele já esteve com ela, já amou aquela menina que ele ama, não é uma só, porque todas as mulheres,sem exceção, tem os mesmos direitos dos homens, mas não tem a mesma liberdade que eles tem. Mas se ela soubesse as forças que elas tem, para ter a mesma liberdade que ele tem, ela não estava tão assim, abaixo de tudo, e não estavam brigando, como elas andam brigando por aí, porque os direitos são iguais, mas não podem ser direitos iguais, de jeito nenhum, não podem mais ser direitos iguais, vocês se acomodaram de mais, agora vocês tem que assumir, porque o desenvolvimento do mundo vai ser o que está acontecendo aí, aí umas ficam desesperadas, largam o marido, e isso é que é pior, vocês largarem o seus maridos, porque mal ou bem, ele ainda quebra o galho de vocês, e se elas largarem os maridos, vão ficar na sargeta, vão ficar encostadas nas suas mães, nos seus pais, num conhecido, e isso aí ainda é pior, então é preferível elas ficarem com eles, isso deve ser pensado antes de casar, mas elas estão acomodadas com papai e mamãe, naõ pensam no dia de amanhã, em seu futuro, na verdade das suas vidas, e depois ficam se lastimando.

Tenho 45 anos e não me casei, porque eu não tenho condições. Então vocês pensem isso antes, não casem sem vocês terem condições."

Descoberta

Eu nunca tinha ouvido falar do Daminhão Experiença. Este sábio, vindo do Planeta Lamma (ou seja, do nosso. Ver tag: Utilidade Pública) tem muita coisa a nos ensinar, pobres ruminantes. Este clip que selecionei é sobre sua relação com as mulheres:



terça-feira, 22 de março de 2011

Respiro na labuta

Peoples que moram em São Paulo, vocês sabiam que Kassie, nosso prefeito, é cantor? Eu também não! Kriquem aqui e confirmem no youtubiu: http://www.youtube.com/watch?v=d2aeRg_yMSE&feature=related






sexta-feira, 18 de março de 2011

Interpretação de texto

Sabe, gents, eu estudei letras. E lá aprendi a fazer incríveis análises de poemas, que mais se pareciam com dissecações de cadáveres.


Achei então que a letra do sucesso Piriguete, do MC Papo (vide postagem abaixo), merecia uma interpretação. Como isso é um blog e não um TCC, criei uma técnica analítica express. A interpretação, inspirada pelos bares de pagode que me circundam, segue em vermelho:


Piriguete (MC Papo)

Refrão

Quando ela me vê
ela mexe
piri pipiri pipiri piri piriguete
rebola devagar
depois desce
piri pipiri pipiri piri piriguete



Profusão de aliterações e assonâncias, que reproduzem o movimento contínuo, acelerado e energético de uma locomotiva (no caso, a piriguete). Evidente trocadilho piri/pire (do verbo pirar), denotando o efeito de descontrole provocado no eu lírico pela presença de representantes da categoria piriguetística. Este trecho homenageia também um ícone da categoria (aqui imortalizado na gravação caseira de um fã): 




Prosseguindo: 

Mini-saia rodada, blusa rosinha
decote enfeitado com monte de purpurina

início da contextualização sociocultural, com dicas de muóda e referências ao universo infantil
Ela não paga, ganha cortesia
Foge se a sua carteira tiver vazia
Nota-se neste trecho um misto de admiração e revolta do eu lírico, vitimizado pela P.


Vai na Micareta
vai no Pop Rock
Festa de axé ela só anda de top

Primeiro equívoco do eu lírico, que associa a categoria tão-somente aos gêneros musicais que agradam às camadas populares. MC papo, você ficaria espantado com as P. que freqüentam os camarotes do Theatro Municipal.

Ela usa brilho, piercing no umbigo

Oposição entre a piriguete e a mãe de família
Quando toca reggaeton quer ficar comigo


Quando ela me vê
ela mexe
piri pipiri pipiri piriguete
rebola devagar
depois desce
piri pipiri pipiri piriguete
2x

Foto de espelho na exibição

Que diabos será isso ?
Ela curte funk quando chega o verão

Notem que, a todos os estilos musicais mencionados, correspondem danças com típicas ondulações e espasmos da pélvis - remetendo, portando, ao coito.
No inverno essa mina nunca sente frio
desfila pela night anglicismo que denota a globalização da categoria de short idem curtindo

Um cinco sete de marido
utilização de metonímia (parte pelo todo) que remete ao código penal, significando que a piriguete é uma autêntica "chave de cadeia".
ela gosta é de cara comprometido
referência a um terceiro elemento oculto, no caso a mãe de família, mais uma vez vitimizada
Não tem carro, anda de carona

Estaria o eu lírico condenando uma prática tão ecológica como a carona ?
Ela anda sexy toda guapetona estrangeirismo que contextualiza o piriguetismo também em tierras hermanas 
Ela não é amante, não é prostituta, ela é fiel, ela é substituta apesar da rima pobre, parabenizamos o autor pelo insólito do raciocínio

refrão 2x

Em Governador Valadares ou Ilha do Governador ?, lá em Salvador,
Rio de Janeiro, Santos e Belô mais uma vez, o eu lírico demonstra ser politicamente correto ao mencionar nossa diversidade geográfica
todo mundo já conhece, sabe o que acontece clara alusão às redes sociais
quando vê a gente o eu lírico torna-se plural, auto-proclamando-se representante de toda uma categoria de machos dominados pelo hormônio ela se oferece aqui o eu lírico se justifica com uma alusão ao dito popular: de graça, até injeção na testa
Mexe o seu corpo como se fosse uma mola metáfora que remete uma vez mais ao movimento de vaivém do coito
dedinho na boquinha, a sucessão de diminutivos insinua a iniciação precoce da categoria, ou quiçá uma tendência do eu lírico à pedofilia ela olha e rebola
chama atenção, vem na sedução, essa noite vai ser quente alusão à morada do capeta, denotando a culpa do eu lírico ao imaginar que sua esposa deve estar assistindo à novela das oito
eu vou dar pressão
assonância com repetição de vogal anasalada (ã), reproduzindo o gemido do eu lírico durante o coito
Refrão

quinta-feira, 17 de março de 2011

Muóda

Dando prosseguimento à missão civilizatória que iniciei em minha última crítica cinematográfica, trago a vós uma vez mais a luz da verdade.

Também eu era uma iludida, irmãs Separadas. Como legítima representante da categoria hippie-chic, sonhava com um amplo closet abarrotado de vestidos como estes, para ocasiões mais informais:


Ou estes, para eventos vespertinos no golf club de Londres:


A revelação do dia, que chegou-me por intermédio de uma matéria jornalística, foi a seguinte: apenas nós, mulheres obnubladas, acreditamos que estes modelitos são de arrasar. Contribuiram na construção deste equívoco nossas mães, e como não poderia deixar de ser, nossos maridos. Ao nos fazerem acreditar que valorizam a elegância, nossos maridos têm a obscura intenção de ocultar sua índole primitiva (já discutida por nós em postagens anteriores). Ouçam, prestando muita atenção na letra:



Entenderam ?
Sacaram ?
Compreenderam ?



Convocação

S3, INFELIZ !!!!

Sua última postagem data de 14 de fevereiro. Isso é absolutamente inadmissível. Você esqueceu o significado da palavra coletividade ? Ou está com aquele surto que a S4 teve uma vez ("Não me sinto mais uma separada, me sinto uma mãe de família")? Ainda é medo de apanhar do namorado ?

Espana esse cérebro e escreve algo que preste aqui. AINDA HOJE.

S2 está perdoada, porque nunca foi de escrever muito, e está trabalhando mais do que as tecelãs da Revolução Industrial.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O cinema e a separada

Amado povo da Separadolândia,

dirijo-me a vós para tecer mais um tedioso comentário crítico-cinematográfico, desta vez na esperança de obter maior repercussão, já que o objeto de análise é uma comédia romântica.

Falo de Esposa de Mentirinha, estrelado pela dupla Jennifer Aniston/Ben Stiller. Estou com preguiça de escrever a sinopse, então aqui vai o trailer:




Gostaria de ater-me a um único aspecto do filme, a mensagem principal: por trás de uma separada embagulhada pode ocultar-se uma mulher muito especial.

Jennifer Aniston faz o papel da separada com dois filhos problemáticos e ex-marido inútil, trajada sempre com roupas largas e tênis velhos. Seu valor só é reconhecido após um banho de Gucci - Tiffany - Prada - cabeleireiro, e depois que mostra seu corpo escultural conseguido à base de torturantes aulas diárias de spinning. Ben Stiller descobre que a ama, e no fim paira aquele clima de milagre: como uma criada separada com dois filhos emplacou aquele partidão benevolente e rico ?

Uma parte do povo de Separadolândia deve esperar que, nesse ponto, eu proteste contra o machismo e superficialidade do filme, desfiando discursos feministas do tipo "o importante é se amar", "abaixo a ditadura da beleza", "salto alto incomoda e sutiã também", "quem o barrigudo tedioso do Ben Stiller pensa que é pra faturar a ex-mulher do Brad Pitt".

Mas a outra parte clama pela verdade que aqui vai: HOMEM NENHUM ENCARA SEPARADA DE MOLETOM E TÊNIS VELHO COM DOIS FILHOS , minha gente.

Acorrei, Separadas, acorrei às academias de ginástica e liquidações ! Gastai o que não tendes, contraí dívidas, apelai às lojas de departamentos e, se necessário for, à escova progressiva ! Despertai a barriga tanquinho que subjaz ao tecido adiposo ! Caso contrário não encontrareis nenhum novo marido rico, e estareis fadadas à danação eterna da auto-suficiência (S4, pode por favor fazer a revisão dos tempos verbais ? Agradecida).

domingo, 6 de março de 2011

O carnaval das Separadas

A coisa tá mais ou menos assim:

A S3 não escreve mais desde que seu amo e senhor descobriu essas paragens. Está com medo de ser espionada e punida.

A S2 tá no borralho, em busca do vil metal.

A S4 anda meio baixo astral.

Eu to esperando o Birita's (pai do meu filho) ficar com ele algum dia desses, pra ver se consigo sair aqui de Alcatraz e jogar umas serpentinas pro alto num bailinho qualquer . Algo me diz que esperarei até o dia de finados.

Não tá fácil manter isso aqui sozinha, gents. Ainda mais num feriado com poucos acessos e nenhum comentário.

sexta-feira, 4 de março de 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

Surfistinha

Gents, esqueci de contar.

S3 e eu fomos assistir a Bruna Surfistinha, com o firme propósito de escrever uma crítica em nosso hpl blog.

Resumindo, o filme é tão tedioso que ficamos sem palavras. Pra quem tem a expectativa de ficar excitada, recomendo um pay per view. Até mesmo uma reprise de Sala Especial com o Nuno Leal Maia fará mais efeito. S3 mandou dizer que achou a Debs muito gostosa, e que sua atual meta de vida é ficar como ela (de fato, até o silicone ficou muito bem colocado). E eu gostaria de contar pra Debs que existe uma coisa chamada cristal japonês, à venda nas melhores farmácias. Se não encontrar, pode apelar pra boa e velha cebola. Se não der certo, dá aquela disfarçada, esconde o rosto com as mãos e esfrega um cuspe no olho sem ninguém perceber. O que não pode é se esforçar tão pouco, Debs, depois que a verdadeira Bruna ralou tanto o cu pra virar filme. Literalmente.

Mas não pensem as leitoras que vamos deixa-las de mão abanando. Leiam isso aqui:

entrevista com debs

Adoro especialmente essa parte: “É tão difícil encontrar um bom personagem feminino, não? Sempre cai na prostituta, ou na irmã, amiga, namorada, que acabam sendo personagens bem secundários. É muito difícil encontrar algo que realmente valha a pena”.


É mesmo, Debs. A Fernanda Montenegro sempre teve esse problema. Vida de atriz é muito dura, né ? Culpa dos dramaturgos, que nos últimos 1.500 anos não escreveram papéis significativos para atrizes do seu porte.

Pressão social

De acordo com nosso maravilhoso e instrutivo diagrama, a solidão leva à pressão social, e a pressão social leva à baixa auto-estima.

Vocês sabem do que estou falando, não sabem ? Seus amigos querem te apresentar a pretendentes especialíssimos, a família olha com piedade nos almoços dominicais. Todos te tratam como um caso para a ciência, afinal você é tão incrível que não pode estar sozinha.

Pois ontem, num encontro familiar, meu papá me vem com a seguinte pérola:

- Fui a uma vidente. Ela disse: sua filha está sozinha, não está ? Eu respondi que sim. E ela me disse que isso não vai durar muito, que você vai encontrar um homem muito bom ! Muito bom !

E ele sorri, cheio de esperança.

Desculpe desaponta-lo, papá, mas o máximo que essa notícia me provocou foi um SONO PROFUNDO. Porque eu, papá, já encontrei a saida para o diagrama da separada ! Sim, senhor, a pressão social não me leva à baixa-auto estima. A pressão social me dá vontade de fazer happenings assustadores, do tipo subir na mesa do restaurante, tirar a calça e fazer a dancinha da garrafa.
Mas eu não farei isso com você jamais, papá, porque respeito muito a sua preocupação. Limito-me a sorrir de volta e fingir que gostei da notícia, se isso te deixa feliz.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Diagrama da separação

De tempos em tempos, é necessário retomar o propósito original deste blog e reafirmar: não somos Sex in the City, não somos Bridget Jones. SOMOS SEPARADAS. E isso muda tudo.

Nas reuniões primordiais entre nós 4, concebemos este elucidativo diagrama. Façamos então o seguinte exercício de auto-ajuda:

Olhe bem para as bolinhas e descubra em que ponto você está. Agora olhe para as flechas e descubra onde vai parar. Lute, companheira, lute contra o inevitável ! Quem descobrir a saída do labirinto ganha um doce.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Aniversário

Queridas(os) leitoras(es),

no dia 21 de agosto de 2010 publicamos nossa postagem inaugural. Peço que a releiam, por favor.

Seis meses e 14.475 visualizações de página depois, temos a sorte de te-las(os) - gente, é muito sacal isso de as(os), perdoem-me os machos mas vou de "as", imaginem-se de saias - a sorte de te-las, dizia eu, como leitoras constantes. Não imaginamos quantas são, temos 24 seguidoras e um seguidor declarados.

Vocês gostam do nosso blog, não gostam ? Então, como presente de aniversário de seis meses, reiteramos nosso pedido: divulguem, companheiras, divulguem. Propaguem a Palavra ! Espalhem aos quatro ventos ! Contamos com vocês.

Abraços das suas companheiras

Separadas

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A day to remember

Queridas amigas, queridas leitoras,

Como estou aqui mofando, escrevo para compartilhar com vocês as grandes emoções dos últimos dias. O relato é longo, mas garanto que vale a pena.

Ontem eu tinha dois promissores programas. Um almoço com o Casado Infiel nº 327, em quem eu havia dado um ultimato para que me comesse na sobremesa, e o jantar com outro velho amigo que de vez em quando também presta serviços neste sentido. Enfim, o dia prometia.

Vamos ao primeiro desencontro: reservei o horário das 13h às 16h para o meu almoço prolongado com o CI. Ele reservou das 12h às 15h30. Só esquecemos de contar um ao outro os horários que havíamos reservado. Ele enviou-me torpedos dizendo que me buscava às 12h, e eu não vi. Atrasei-me e encontrei-o às 13h40. Almoçamos bem, demos risada de nossa auto-sabotagem, e chegamos à conclusão de que ainda seremos felizes um dia. Mais uma vez ouvi um discurso sobre o medo que ele tem de se apaixonar, porque sou uma mulher sensacional que une atributos únicos em um mesmo corpozzzzzroinc. E fui-me embora sem sexo.

Muito bem.  

Para sair para o jantar, precisei apelar para minha adorável mãe. Enquanto me arrumava no banheiro ela entrou, fechou a porta e me disse barbaridades. Eu respondi à altura e, de saida, estraguei minha noite. Assim que entrei no carro do meu acompanhante desatei a chorar, e quase não falei por meia-hora. O rapaz não desanimou, pois estava planejando o jantar havia meses. Fez muita propaganda sobre a exótica comida, e rumou decidido para o outro lado da cidade.

Chegamos, então, ao Clube Escandinavo de São Paulo. Em poucas palavras, um portal para o universo paralelo. Um pequeno salão tão aconchegante quanto um restaurante por quilo, mesas com toalhas em xadrez azul, retratos dos reis dos países escandinavos nas paredes, um velhote barrigudo de peruca nos recebendo de braços abertos e Abba tocando a todo vapor. Além de nós, apenas mais dois casais e um homem sozinho. O velhote nos conduziu à mesa das comidas, para explicar o "procedimento tradicional".

Imagino que vocês nunca tenham ouvido falar do Smorgasbord. Eu também não tinha. Visualizem então uma mesa cheia de pratos de arenque defumado, todos com molhos à base de maionese Hellmans e creme de leite, e sabores variados. Arenque sabor mostarda, arenque sabor xerez (na verdade era ketchup), arenque sabor curry, arenque sabor iogurte com ervas, arenque sabor arenque, e também arenque frito. Além disso, um outro prato de beterraba ralada em conserva com carne de siri (leia-se kani) e maionese, muita maionese. Do lado de lá, conserva de pepino, conserva de beterraba, conserva de cebola, maionese de batata. 

O velhote sorri e diz: "tem que pegar um pouquinho de cada. Sugiro que comam com bastante calma".
Meu acompanhante sorri e diz: "já estou com água na boca".
Eu sorrio e penso: "puta que o pariu, vou precisar de um litro de Alka-Seltzer".

Volto à mesa com meu prato composto de pequenas porções de oito tipos de arenque, mais a papa de beterraba com kani. Cada mordida um transporte às terras geladas da Suécia. Penso então que qualquer borracheiro da Vila Ré deve ser mais requintado que os reis que sorriem para mim na parede. O velhote traz à mesa um copinho da típica aguardente de batata, que tem gosto de xarope pra tosse. Eu tento não transparecer meu desespero.

Eis que a paz do aprazível local é perturbada por gritos histéricos de uma das presentes:

- (ler com sotaque pernambucano): FURLANE ! FURLANE ! FALA COMIGO, FURLANE ! SOCORRO, MEU MARIDO TÁ MORRENDO !

Furlane, um outro velhote degradado, estava desacordado e branco como um lençol. Todos correm. Eu peço à visigoda que faz a comida que chame o SAMU. A mulher de Furlane faz respiração boca a boca. E Furlane volta à vida, vomitando litros de uma gosma de oito tipos de arenque processados (devo dizer que o tom predominante foi o rosé, acho que ele mandou ver na beterraba). O vômito sai sem fazer barulho, o que deixa a cena mais nojenta ainda. Furlane olha para o alto e diz: "acho que comi demais". Chega um carro da delegacia em três minutos, e leva Furlane ao hospital. O velhote e a visigoda estão abaladíssimos.

Retornamos então à mesa, e meu acompanhante VOLTA A COMER ARENQUE. Sim, senhoras e senhoras, ele volta a comer arenque. Eu limito-me a mastigar meu pãozinho preto com manteiga, lutando contra a desolação. Depois de uns vinte minutos, vamos embora. Para que a noite seja menos deprimente, peço para parar em um bar de gente normal e tomar uma cerveja. Entorno também uma cachaça de qualidade, autenticamente brasileira. Depois peço para ser deixada em casa, expulso minha mãe, e fico só com minha azia e meu travesseiro. 

E sem sexo, mais uma vez.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

chamado público

Olá! (a a a a)

Olááá!? (a a a a a a)

S2? (ois ois ois ois)

S4? (atro atro atro atro)

Tem alguém aí??? (aí aí aí aí)


Vocês poderiam ajudar a ATUALIZAR o blog, por obséquio???

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Uma anedota e um alerta

Primeiro, a anedota:

Estava meu namorado AB passando as férias em Salvador, quando descobriu que, lá, a latinha da Skol era chamada de piriguete. "5 piriguetes pelo preço de 4", ele leu, aturdido, até que pudesse fazer sentido da situação. Pois bem. Em uma festa de rua, uma mocinha se aproximou dele e começaram a conversar. Quando a cerveja que estava em suas mãos acabou, ele disse a ela: "Vou lá pegar uma piriguete e já volto", ao que ela rapidamente respondeu: "Se não der certo, eu estou aqui, viu?"

E um alerta:

Alguns dias atrás telefonei para o AB, que me tratou muitíssimo mal. Sem entender o que estava acontecendo, perguntei-lhe o porquê daquele tratamento. E ele me respondeu: "Achei no histórico do meu computador o blog Diário de uma Separada. E li tudo o que você escreveu sobre mim." Então, queridas, aprendam com o infortúnio da tia S3: NUNCA NUNCA NUNCA use o computador da casa do seu namorado, peguete, amigo colorido ou amante para atualizar seu blog-escracho. Amar com sarcasmo é uma exclusividade feminina.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Resenha psicanálise 1,99

Após um jejum de alguns dias sem escrever, ocasionado pela constatação de que pouco tinha a dizer ao mundo, retorno animadíssima para registrar minhas impressões sobre o filme do momento: Cisne Negro.

En bref: diverti-me acompanhando os debates do mundo do balé a respeito da veracidade ou não do retrato cinematográfico. Uma revista semanal chegou a convidar duas diretoras de companhias de dança para emitirem suas opiniões. A dança é assim, a dança não é assim, blablabla.

Ora, senhoras e senhores, em verdade vos digo: Cisne Negro não é um filme sobre balé. É um tratado sobre a HISTERIA.

Percorri diversos sites em busca de uma definição simples do transtorno, que pudesse esclarecer os (as) queridos (as) leitores (as). Aliás, fiquei horrorizada com a falta de domínio da língua portuguesa apresentada pelos estudantes de psicologia. Encontrei diversos artigos de professores e formandos, muitos dos quais repetiam o mesmo trecho, originado Deus sabe onde. Eis aqui a versão da Página de Freud, de Maria Helena Rowell, que me pareceu a melhor e mais sintética:

A histeria é uma psiconeurose cujos conflitos emocionais inconscientes surgem na forma de uma severa dissociação mental ou como sintomas físicos (conversão), independentemente de qualquer patologia orgânica ou estrutural conhecida, quando a ansiedade subjacente é 'convertida' num sintoma físico.

- Mas se o filme não é sobre balé, por que então escolheram o balé para desenvolver o tratado ? - perguntarão os(as) leitores(as) mais sabichões(onas)...

Ora, porque para ilustrar a histeria precisamos, classicamente, de uma mulher. Jovenzinha. Reprimida. Que use o corpo para manifestar a ansiedade subjacante. E isto combina muito com uma bailarina bulímica cuja mãe saiu de algum filme de terror. 

A grande inspiração do diretor (ou do roteirista, ou dos dois, que podem inclusive ser a mesma pessoa) foi contextualizar tudo no dilema da artista que não consegue transcender o formalismo excessivo para extravasar sua subjetividade. Ora, tome uma mocinha reprimida, confronte-a com um diretor visivelmente bem dotado, que repete à exaustão que ela precisa se liberar. O que acontece ? Ataques de histeria dissociativa, com a típica oscilação entre o comportamento angelical e esfregações de animal no cio. Ou, em outras palavras: um filme de terror psicológico. De quebra, a gente ganha umas cenas de homossexualismo feminino que não são de se jogar fora. E de vez em quando umas cenas de balé. 

Recomendo. 

Moral da história: sexo faz bem à saude física e psíquica. Pratiquem.





sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Foi

Gente, voz de chipmunk é uma merda, e se a música é cantada a cappella por alguém que não sabe cantar, ainda pior, mas era o único jeito!

Segue o link para a Canção do Canalha (protejam seus ouvidos):


Lembrem-se que a letra está no post abaixo.


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Canção do Canalha

Um dia, quando minha amiga S4 se deixava levar por um homem especialmente imbecil, compus uma música que chamei de Canção do Canalha.


Gravei-a no Garage Band, alterei a minha voz para não ter a identidade revelada (coloquei voz de Chipmunk), e estou há três dias tentando colocá-la aqui, sem sucesso.


Será que alguma leitora mais conectada ao mundo internético poderia me dar uma ajuda?


Segue a letra:


Se o canalha te ligar mais uma vez
Não atenda, pense bem, conte até três
Não existe fundamento para tanto sofrimento
E esse cara nunca prestou, isso é certo, não talvez

Se um dia o canalha te ligar mais uma vez
E você pensar ser possível dar mais certo que a outra vez
Ouça-me
Ouça-me

Jogue foras as roupas que ele deixou
Faça um ritual, um drama, faça um show
Não se faça de coitada e dê-lhe logo a bofetada
Pois agora ainda é tempo de marcar um novo gol

Se um dia o canalha te disser que ele mudou
Seja gentil, segure o riso, fale que o tempo passou
Ouça-me
Ouça-me

Sabe a receita pra melhor saída?
Muito álcool, muito riso, muita amiga
Dê o troco se puder, mas a vingança de mulher
Não é afoita, é curtida como couro, quem duvida?

Se um dia o canalha te oferecer bebida
Aceite sim e a repasse ao novo macho da sua vida
Ouça-me

Ouça-me

domingo, 30 de janeiro de 2011

Narcisistas, parte infinito, o retorno

Sempre escolho homens narcisistas e egocêntricos para me envolver. Sempre. Meu atual namorado e futuro ex, aqui conhecido como AB (Artista Boêmio) é, na verdade, o meu AB2. E foi um seguido do outro.

O AB1 era da área das artes cênicas. Achava-se o máximo e dizia isso. Em um dos primeiros encontros, disse-me seriamente: "S3, eu sou muito inteligente". Haha, é verdade. Burra sou eu que saí exclusivamente com ele por dois meses. O AB1, tal como o AB2, dizia ser um espírito livre. E achava-se tão bom, tão incrível, que qualquer concessão que ele pudesse fazer ao meu desejo era uma agressão à sua extraordinária natureza. Quase um ultraje eu esperar que ele pudesse ir CONTRA ELE MESMO e fazer algo POR MIM.

Ele tinha o que eu chamava de Síndrome das Terças e Quartas. À época, nesses dias da semana, ele trabalhava em uma peça com personagens drogados e viscerais, e, como ATOR , ele não conseguia livrar-se do personagem muito facilmente. Tornava-se indomávelzzzzzROINC. Ao ponto de sumir no meio de uma festa pra qual ele tinha me convidado e me deixar sozinha, até que eu resolvesse finalmente deixar o recinto.

Bom, a história não durou muito. Depois de ouvir vários "Gata, já estou te avisando que não quero namoro", "Gata, eu não quero estar em uma relação. Não sei por que tenho saído tanto com você" (vale notar que ele me ligava di-a-ri-a-men-te), e receber ligações bêbadas às 6h da manhã (a festa devia estar ótima, nean?), eu comecei a enrolá-lo, sumir e sair com outro (o AB2). Quando ele descobriu isso, proferiu consternado a seguinte frase: "Não entendo. Nós éramos um CASAL muito FODA." Heim? Cuma? Casal? Vá se ferrar.

No entanto, o meu novo eleito, que me pediu em casamento e quer ter filhos comigo, também tem MUITOS defeitos. E partilha da mesma Síndrome que acomete o AB1: A Síndrome de Peter Pan.

Breve, em uma postagem Psicanálise 1,99 perto de você.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A sexta-feira das separadas (Diálogo Platônico 2)

A união faz a força, diz o ditado. Por isso, quando uma separada com filho não pode sair de casa porque não tem com quem deixa-lo, outras separadas vão visita-la e falar bobagens.

Imaginem-nos com togas mais do que airosas, já que o calor é insuportável. Instaladas num jardim aprazível, num bairro aprazível. Escravos bem dotados tocam suas liras, espantam os mosquitos da dengue e servem alcoóis derivados de diversos tipos de uva. A iluminação é suave.

S2: Então, gente, o lobisomem me telefonou hoje (vejam postagens anteriores).

(gritos de S1 e S4).

S1: E aquela preleção de 50 minutos que te fiz ontem, S2 ? Não foi suficiente ? Você não entendeu NADA ?

S2: Ontem ele passou em casa e meu filho não me avisou. Quando ele ligou hoje não conseguia nem falar. Desliguei o telefone e fiquei 40 MINUTOS EM POSIÇÃO FETAL NO SOFÁ. Meu filho veio perguntar: o que aconteceu, mamãe ?

S4: E o que o infeliz queria ?

S2: Me dizer que meu presente está pronto, que ficou lindo, amanhã ele vai levar lá em casa.

(gritos de S1 e S4).

S1: Me ajuda, pelo amor de Zeus, S4. Explica pra ela como as coisas funcionam. Nós já passamos por isso, querida S2, por isso você pode ser poupada. Veja só que oportunidade, somos as arautas da revelação.

S4 (fazendo voz de imbecil): Ohhhhhh, o que estou fazendo de errado ? Por que não consigo entender a mente complexa deste homem tão interessante ?

S1 (fazendo voz de mais imbecil ainda): Aaaaaaaiiiii, por que não alcanço os mistérios insondáveis que se escondem por trás da névoa daquele olhar ?

S4: Ohhhhhhh, por que tenho uma vida tão desinteressante e a vida dele é tão cheia de agitos e emoções ?

S2: Isso, é assim que eu me sinto.

S1: Pois tudo o que o infeliz está procurando é uma trouxa como nós, pra ficar batendo palma pra maluco.

S4: ELE É UM INUTIL DESEQUILIBRADO.

S2 não escuta, olha para o vazio com cara de lunática.
S1 desiste da preleção, e se prepara para recolher os restos de S2 quando for a hora.
S4, ainda traumatizada por uma experiência semelhante, não desiste. Abre sua bolsa e saca uma poderosa arma: um livro que discorre sobre a paixão de casais célebres (como o cantor de óculos redondos e a mulher japonesa da capa). Acreditando que a palavra tem mais força que a espada, põe-se a ler sobre a triste história de amor entre um escritor famoso e uma mulher feia e destemida.

Ao final da leitura, S1 está à beira das lágrimas, tantos os reveses sofridos por aquela abnegada mulher (incluindo espancamento, humilhações públicas, infidelidades, falta de sexo).  S2, ainda em transe, desfia suas impressões sobre a história:

S2: No final ela se deu bem, teve todos os homens que quis. Um amor muito bonito, né ? Ela devia ser muito grata a ele, que a ajudou tanto na carreira. Bom, amanhã o lobisomem vai lá em casa. E eu vou no almoço na casa da irmã dele na outra semana. Acho que vou tentar, sabe ? Só pra ver no que vai dar. Depois eu caio fora, sou muito controlada.

Nota-se, querida S2.

Partimos então para a segunda garrafa, e mudamos de assunto. S1 chama um escravo de lado e pede-lhe que, no dia seguinte, compre uns carneiros no mercado para fazer um sacrifício. A partir de agora, só com reza braba.

A sexta-feira da separada

Essa é para as leitoras que moram em São Paulo.

Ontem saí com as amigas gueis para dançar. Eles, bonzinhos, resolveram que me levariam a redutos HTs da cidade para que eu pudesse ver homens bonitos não-gueis e me distrair um pouco. Pois bem, a noite começou no bar Squat.

Fila na porta. A casa cobra entrada de 15 ou 30 de consumação, o que achei estranho para um bar. Entramos. Olhei ao redor: um monte de HTs juntos. Todos horríveis. Todos horripilantemente horríveis. Parecia uma reunião de condomínio de vegetais de fim de feira: um tomate amassado, uma alface murcha, uma fruta apodrecida. Todos bebendo e falando muito alto, já que a música (boa, no meu gosto) alta demais não deixava ninguém conversar direito. Um namorado infiel ficou olhando pra mim mesmo com a namorada ao lado e eu fiz aquele belo gesto de vômito pra ele, enfiando meu dedo em minha garganta. Consumido o valor requerido, zarpamos.

Fomos para a Augusta. Bar do Netão. Pisamos no fétido lugar e decidimos sair. Não existem mais HTs no Netão.

Me levaram finalmente para dançar. Um lugar chamado Alley Club, na Barra Funda. Na porta, uma velhinha perdida tentava achar seu RG para entrar sozinha no lugar. Comentei com os amigos: "Que bom, não seremos os mais velhos". Entramos. Bem na hora do recreio. As crianças que frequentam o Alley falsificam a identidade para entrar, só pode ser. Falei: "Mas esse povo está todo no colegial!" E meu amigo: "Ensino médio, S3. O termo colegial denuncia a sua idade." A música também não era ruim, e um rapazinho de no máximo 20 anos tentou fazer a dança do acasalamento comigo. Era assim:


Antes que eu precisasse dizer pra ele que me chamasse de Tia S3, fui embora. E me perguntei: ONDE DIABOS ESTÃO OS HOMENS BONITOS ACIMA DE 30 ANOS NESTA PORCARIA DE CIDADE?

Não me digam que é na Vila Madalena, por favor.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"E" para animal

Uma amiga acabou de colocar isso no Facebook, tive de roubar:

"Na minha frente estão três meninas de uns 8 anos. Elas brincam de stop. Saiu a letra "E" para animal. Uma diz 'elefante', a segunda diz 'ex-marido'..."

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Origem de tráfego 3

Vocês sabem que, quando estou sem inspiração, apelo para a Katylene ou para o item Origens de Tráfego da ferramenta de gerenciamento. E desta vez descobri que uma leitora chegou a nosso blog ao digitar no gúgol as palavras-chave:

Frases de conselho para mãe separada.

Querida leitora, identifiquei-me com a consulta ao oráculo, já que eu mesma sou uma separada trouxa com filho, e que em muitos momentos seria capaz de pagar quantias indecentes por conselhos certeiros.

Espero que você volte a nosso blog para ler estes, que te dou sem cobrar nada:

1) Nunca deixe seu filho saber que você tem um blog chamado Diário de uma Separada, especialmente se ele já tiver idade e habilidade pra entrar sozinho na internet.
2) Evite comentários sobre suas aventuras amorosas na frente do seu filho. Será muito embaraçoso se ele disser à atendente que faz o passaporte que você é solteira, mas namora muito.
3) Não traga para dentro de casa nenhum pretendente com menos do que, digamos, seis meses de relacionamento.
4) Não se comporte como se fosse uma freira que nunca mais namorou depois de separada.
5) Nunca fale mal de seu ex-marido para as crianças, e nem da atual mulher dele. Nada é mais abominável do que isso.
6) Pense muito antes de adquirir um animalzinho doméstico pra compensar a separação. Esses bichos soltam pelos. Muitos.
7) Faça um grande esforço para ser feliz, e consiga. Mães infelizes são muito mais traumatizantes do que a separação em si.
8) Não se comporte como uma mãe abandônica quando se apaixonar novamente. Vão-se os homens, ficam os filhos.

Boa sorte.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

duas piadas

Numa conversa de bar, um amigo me contou duas ótimas piadas, enquanto conversávamos sobre relacionamentos:
1.
Um neurônio vivia sozinho num cérebro de homem. Anos se passaram, e quando ele quase perdia as esperanças de ter companhia, um outro neurônio passa correndo ao longe. O primeiro neurônio, desesperado, agita os bracinhos e grita:
- Ei ! Ei, amigo ! Aqui, aqui !
O segundo neurônio se aproxima. O primeiro fala afoito:
- Que bom que você apareceu ! Estou sozinho há anos, preciso conversar !
E o segundo:
- Ah, então vem comigo ! O pessoal tá todo lá no saco !
2.
Uma piriguete sai com um intelectual, e no dia seguinte vai contar pra amiga:
- Bom, daí fomos no cinema, ver um filme de um país estranho... Muito diferente, meio parado, umas imagens bonitas ...
- Ce gostou ?
- Gostei, gostei. Daí fomos tomar uma coisa num restaurante que ele chama de bistrô, encontrou uns amigos, eles ficaram falando de filosofia, e tal.
- Foi legal ?
- Muito, muito. Acho que aprendi umas coisas. Depois a gente foi num restaurante tailandês, umas comidas com pimentão, cheias de tempero...
- Gostoso ?
- Diferente, né ? Depois ele me levou pro apartamento dele...
- Ah, FINALMENTE ! E aí ? E aí ?
- Bonito, tinha um monte de livros, umas estátuas africanas ... Daí eu fui conhecer o quarto dele.
- E ?
- Depois ele me mostrou o pênis dele.
- Pênis ? O que é pênis mesmo ?
- É tipo caralho. Só que mole.

Gotas de Sabedoria

Disse-me um sábio amigo meu: que o Homem é um vira-lata e a Mulher, uma enxadrista.

A mulher considera cuidadosamente as posições do bispo, da dama, do rei, do cavalo, da torre e do peão antes de fazer sua jogada.

O homem revira o lixo à procura da satisfação imediata das suas necessidades, sempre prementes. Se estiver faminto, tanto faz saber que há um filet mignon à sua espera em casa. O primeiro bagaço encontrado na rua lhe será suficiente.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mais um testemunho

Nosso Diário tá bombando, gents. Chegou mais uma carta da leitora ! Ficamos muito felizes com as colaborações, portanto animem-se e participem ...


Aí vai:


Olá,
 
Sou uma assídua leitora do blog de vocês. Creio que me identifico com os relatos e hoje pensei em compartilhar uma experiência.
 
Hoje vejo os relacionamentos de forma diferente. Tenho 38 anos, sou separada há um ano depois de permanecer 14 anos com o mesmo homem (somando namoro, noivado, casamento e etc.). Essa experiência deu-me uma forma diferente de ver os relacionamentos e fico indignada com o que as mulheres de 20 anos fazem pelos seus homens... Explico:
 
Caso 1: R namora há um ano com C. Mostrou uma lingerie lindíssima que comprou para seduzir o namorado, contou-me numa sexta-feira que pretendia fazer uma surpresa para o sujeito, mas, como ele não gosta de surpresas, acabou por contar-lhe a aquisição que havia feito. Na segunda-feira relatou: "ele chegou no sábado cansado porque trabalhou até as 20:00hs da noite. No domingo acabamos indo almoçar com nossos pais. Portanto, não usei a lingerie... Coitado... ele tava cansado...."  Seria politicamente incorreto dizer-lhe o que realmente achava: "Dá um pé na bunda do idiota, pq, se namorando é assim, imagine depois do casamento", Então, limitei-me a fazer cara de paisagem...
 
Caso 2: J, 19 anos, foi para a balada conosco. Passou a noite toda ligando para um sujeito que ela queria ficar, insistindo para que o mesmo fosse encontrar conosco. Finalmente, já tarde, depois de momentos tensos a figura apareceu. Meia hora depois, J chegou para uma de nós e disse: "Podemos ir para a sua casa?". Bom, como nesse caso eu já não estava sóbria o suficiente para fazer cara de paisagem, acabei por expressar meus pensamentos. "Tenha a dó J. Uma menina linda como vc passa a noite inteira atrás do cara, que, quando finalmente aparece, não quer nem se dar ao trabalho de pagar um motel!" 
 
Enfim, será que eu era assim também aos 20 anos??? Fiquei cínica ou experiente? hehehehe...
 
Abração,
 
Flávia 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Retomando a história do Lobisomem, que em parte acabou ontem.

Esse homem que quase me deixou louca não passa de um fracote. O Lobisomem existe! Quando passa por mim. Não expliquei nada, deixei ele se afogando no próprio sangue, bem na minha frente... e não se fala mais nisso. O cheiro de sangue se misturava ao cheiro do líquido azul que borbulhava sobre a mesa. Sabia que tudo deveria ser amargo mas só conseguia achar doce, doce... A fumaça gelada fazia meus ossos doerem enquanto a fera saia pela minha boca. Seu peso era real e quente. Eu, que merecia todas as explicações, tinha todas as explicações para ele, mas fiquei muda apreciando sua agonia.
Quando ele morrer vou chorar sobre seu caixão pequeno, porque quando os Lobisomens morrem, voltam à sua forma humana e franzina. Nesse dia, vou fazer uma pintura bem romântica do velório, em um bosque muito alegre e colorido. Serei pálida em meio às flores, como uma viúva branca. Mas antes dele morrer vou me misturar à sua sombra, me divertir com ela, fazer obscenidades secretas em pequenos lapsos de minha vida. Nossas sombras em pequenas caixas invisíveis.

fimmif

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Vídeo do leitor

Caríssimas(os),

uma assídua leitora nos enviou um vídeo que um assíduo leitor enviou a ela, como sugestão de postagem para o blog. Gostamos duplamente: porque o vídeo é legal e porque o leitor é - queremos crer - um homem.  Me pergunto se os representantes do sexo oposto, ao lerem este hpl (humilde porém limpinho) Diário, desistem da luta de vez ou se sentem estimulados a prosseguir.

Aí vai um pouco da abordagem masculina, girls:

domingo, 16 de janeiro de 2011

Sobre o casamento

Ontem estava conversando com uma amiga, casada há 18 anos e aparentemente feliz. Perguntei: qual o segredo do seu sucesso ? Ela deu a seguinte resposta:

1- Não converse com seu marido. Nunca.
2 - Sexo. É claro que um casamento de 18 anos só é possível se o sexo for sensacional.

Confesso que fiquei bastante intrigada. E pensei que, se eu fosse um desses ETs que querem abduzir humanos para fazer experiências bizarras sobra a nossa espécie, escolheria esta moça como objeto de estudo. Dissecaria seu cérebro e, sobretudo, seu aparelho reprodutor.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Diálogo Platônico 1

Encontraram-se as alegres autoras deste humilde porém limpinho blog para discutir, num Banquete virtual, a reincidência da Separada no casamento. O Diálogo foi fomentado por uma de nossas mais assíduas leitoras (doravante denominada L1), cujo testemunho lapidar sobre o casamento foi recentemente publicado por estas bandas.

Imaginem-nos trajando togas airosas, comendo cachos de uvas verdes, bebendo vinho e sendo abanadas por bem dotados e mudos escravos.

L1:
Das fantasias heterossexuais de uma separada casada pela 2a vez ou da
leitura sexual dos homens no metrô de São Paulo
- homens diáfanos (amantes calmos e dedicados)
- homens barbados e grandes (amantes vigorosos e românticos)
- homens atléticos e bronzeados (amantes fortes e delicados)
- homens silenciosos (amantes sem pressa)
- homens mais velhos (melhores amantes)
- homens mais jovens (amantes com botão de reload)

S2:
Separadas casadas pela segunda vez são otimistas e românticas! Se eu conseguir manter meu otimismo e romantismo é possível que me case pela segunda vez, então. Ah! E preciso tirar todas essas agulhas do meu quadril, também... (comentário hermético).


S4:

Separadas que se casam pela segunda vez não são otimistas nem românticas! é gente evoluída que deixou essa besteira de romantismo de lado e arranjou um homem para dividir as despesas e os problemas.

S1:
Falou e disse, S4.


S2:
Acho que não acho isso não... será?


S4:

Acho que eu também não acho... mas estou tentando!


S2:

Eu com certeza não me casaria novamente com um homem para dividir despesas e problemas. Casar e se manter casada dá muito trabalho! Casaria com um homem se passasse meses, anos tendo a sensação que ele é a pessoa perfeita para mim. Sou bobinha sim. Claro que isso só acontecerá com alguém que não seja um duro e se preocupe com meus problemas mas isso é só uma parte, não é suficiente mesmo! C A S A R! Mas eu só fiz esse comentário porque ando pessimista e depressiva e pensaria assim, olhando os homens no metrô:
- homens diáfanos (delicados demais, gays)
- homens barbados e grandes (pau pequeno, feijãozinho cozido, nem
passa pela portinha...)
- homens atléticos e bronzeados (gays)
- homens silenciosos (problemas sexuais graves, virgens)
- homens mais velhos (brochas, um em mil pode valer a pena)
- homens mais jovens (péssimos amantes, ejaculação precoce)
era uma brincadeira...


S4:
homens no metrô
- homens diáfanos (uma vibração efeminada... sensível. presa fácil. Mas depois  vai querer casar... problema).
- homens barbados e grandes (Loucos. Dados a surtos psicóticos. Não falam nada com nada. Ah, os melhores).
- homens atléticos e bronzeados (Nem pensar. Vai cometer algum erro de concordância na hora AGÁ!).
- homens silenciosos (deprimidinho... adora um cafuné... Vai se apaixonar e ficar te perseguindo por meses. Não!).
- homens mais velhos (até 50, né?).
- homens mais jovens (deve funcionar pelo menos...).


S3:
E cá está o meu:
- homens diáfanos (não. odeio gente sensível)
- homens barbados e grandes (sim. cheiro de pêlos. sim)
- homens atléticos e bronzeados (sim, só por uma noite)
- homens silenciosos (sim. a burrice que confundimos com introspecção)
- homens mais velhos (não)
- homens mais jovens (sim)


S1 (acrescentado posteriormente, já que durante o diálogo estava ocupada demais sendo a escriba):
- homens diáfanos - sim, entregam-se com verdade.
- homens barbados e grandes - sim, fazem cócegas onde é preciso.
- homens atléticos e bronzeados  - sim, se não tiver nada melhor por perto.
- homens silenciosos - sim, sabem bater com jeito.
- homens mais velhos - sim, porque sim.
- homens mais jovens - sim, gostam de aprender.


S2:
Tô péssima, hein?! Totalmente desequilibrada. Imaginei jovens de 16 anos e velhos de 60, homens horrendos com meias fedorentas e unhas encravadas... Confesso que zipi acabou um pouco comigo. Apesar de toda a brincadeira, eu ainda estou superando o trauma. Por um futuro melhor para mim!!!!!


S3:
Eu também imaginei jovens de 16 anos.


L1:
Adorei, adorei. E, olha, a princípio, a separada que se casa pela segunda vez chega a esse ponto por paixão doentia/resignação pós sete anos de coito (ou não)conjugal. Nada de diferente. Nada de superação de romantismo. E nada de homem perfeito.


Erguemos nossas taças num brinde, entornamos tudo. Estalamos os dedos, os escravos vêm nos alegrar (apesar de não entenderem o que é metrô, já que naquela época só existiam bigas).
 
FIM DO PRIMEIRO DIÁLOGO