terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Retomando a história do Lobisomem, que em parte acabou ontem.

Esse homem que quase me deixou louca não passa de um fracote. O Lobisomem existe! Quando passa por mim. Não expliquei nada, deixei ele se afogando no próprio sangue, bem na minha frente... e não se fala mais nisso. O cheiro de sangue se misturava ao cheiro do líquido azul que borbulhava sobre a mesa. Sabia que tudo deveria ser amargo mas só conseguia achar doce, doce... A fumaça gelada fazia meus ossos doerem enquanto a fera saia pela minha boca. Seu peso era real e quente. Eu, que merecia todas as explicações, tinha todas as explicações para ele, mas fiquei muda apreciando sua agonia.
Quando ele morrer vou chorar sobre seu caixão pequeno, porque quando os Lobisomens morrem, voltam à sua forma humana e franzina. Nesse dia, vou fazer uma pintura bem romântica do velório, em um bosque muito alegre e colorido. Serei pálida em meio às flores, como uma viúva branca. Mas antes dele morrer vou me misturar à sua sombra, me divertir com ela, fazer obscenidades secretas em pequenos lapsos de minha vida. Nossas sombras em pequenas caixas invisíveis.

fimmif

2 comentários:

  1. Só sei de uma coisa: isso é que é estilo pra descrever a agonia ! Viva a S2, a poeta do nosso blog.

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