sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Zipi
Zipi ligou agitado no meu celular, dizendo que estava vindo do trabalho (braçal), suado e cansado, e como passava quase em frente à minha casa resolveu dar uma parada. Respondi fingindo estar muito ocupada, assustada com a surpresa, quase indignada, afinal, de forma alguma eu abriria o portão, não queria vê-lo suado e cansado, ele que fosse primeiro para casa se recompor, tomar um banho, pôr uma linda camisa branca, e depois voltasse. Não olhei nem pela janela.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Enquete
tenho uma pergunta importante a fazer: vocês sempre postam comentários anônimos porque querem permanecer anônimas ou trata-se de algum problema de configuração ?
domingo, 26 de dezembro de 2010
desequilíbrio emocional
No caixa do Wal Mart vi uma família grande e muito simples na fila, atrás de mim, com seis garrafas de refrigerante Dolly e um bolo confeitadíssimo, cheio de flores e folhas coloridas emoldurando a frase escrita com letras rococó: "Feliz Natal!". (Acho que era essa, ou talvez "Feliz aniversário!" Não li até fim...) O pai olhava todo orgulhoso para o bolo enquanto tirava um mação de notas trocadas do bolso para pagar a conta. É só isso, só uma cena.
Sem dinheiro para pagar uma boa terapia
Isso é também uma confissão, já que nos últimos dias de "casamento" eu nem conseguia mais me olhar no espelho, sentir meu próprio perfume, me escutar desabafando com os amigos.
(Coitados...)
Além disso, achei que seria lindo vivermos juntos: "papai, mamãe e filhinhos", mas as antigas expectativas e sonhos não desaparecem como se fosse mágica só porque você acha que está segura de suas escolhas... e olhando a "trouxisse" de uma separada por esse viés, continuo uma separada trouxa, cada vez mais trouxa.
Comecei escrevendo isso porque fico tentando achar uma categoria para esse tipo de separada, que depois de fugir da casa do ex-marido, fica em um tipo de transe que é como a potencialização retrógrada de sua vida antes do casamento, tentando descobrir alguma coisa que ela não sabe o que é. Uma busca fantasma que fica entre sonhos cada vez mais volumosos e sua vida boba, agitada e desorganizada.
Isso deve acontecer com algumas separadas em certo momento, mas o fato é que depois de alguns anos ainda estou aqui, presa nesse pontinho irritante.
Talvez seja uma separada trouxa maníaco-sonhadora e um pouco covarde, que carrega em sua bolsa cadernos de desenhos, de anotações, pedras coloridas, canetas, pincéis, guache branco, flores secas, sementes e muitos lixinhos e está sempre quase sendo atropelada na rua, recolhendo amostras do mundo para desdobrá-las quase em segredo.
sábado, 25 de dezembro de 2010
Um Conto de Natal 3/3
SUSPENSE. O que você, leitora, acha que aconteceu ?
Na manhã seguinte, A telefonou para contar o desfecho da história a minha boa e inocente madrasta. Segundo ela, o pobre jovem troglodita não se lembrava de nada do que tinha acontecido. Como mencionei antes, tratava-se de um rapaz de boa índole, que inclusive auxiliara o filho de A a livrar-se do pesadelo das drogas. Minha madrasta explicou que seria conveniente procurarem um psiquiatra, já que tais ausências poderiam denotar, por exemplo, uma psicose. A respondeu: "sabe, acho que vamos ficar juntos. Gosto tanto dele, e ele de mim. Tudo vai ficar bem."
Que bom que o espírito natalino abençoou este casal, não é mesmo ? Depois tem gente que não acredita em papai Noel.
PS: a polícia nunca chegou, ainda bem. B deve estar chutando latas pela praia. Não se preocupe, alma nobre, a estrela de Belém deve estar te reservando alguma boa surpresa !
MORAL DA HISTÓRIA: o amor tem razões que a própria razão desconhece, mas que A e Suzana Vieira conhecem muito bem.
Um Conto de Natal 2/3
A estas alturas o remédio já fazia efeito, e A fumava feito uma chaminé, muito nervosa. De meu celular, telefonou para a mãe do agressor e informou: "seu filho tentou me matar. Dei queixa na polícia. Ele vai ser preso". Esta senhora deve ter tido um belo Natal, não é mesmo ?
Depois de seis horas de procedimentos, entramos todos no carro e retornamos ao vilarejo.
(continua, ainda...)
Um Conto de Natal
Sempre passo as Festas numa pequena vila de pescadores, que me lembra a série Twin Peaks (se você tem menos de trinta pesquise no gúgol). Às cinco da manhã do dia 24 fui despertada por uma algazarra: gritos de socorro de um homem que estava sendo espancado por três jovens pescadores bêbados. Como não tolero violência, vesti meu saiote de Poderosa Ísis, acordei meu pai e obriguei-o a ir até a praia ver o que estava acontecendo. Os três jovens bêbados explicaram que o espancado havia fugido, e que estava apanhando pois tentara assassinar a namorada (doravante denominada A) com suas próprias mãos. Minutos depois, A foi trazida por seu salvador (doravante denominado B), que encontrou-a desacordada e ferida. Ressuscitou-a com massagens cardíacas e respiração boca a boca.
Ísis e seu pai, que também é trouxa como ela, levaram A e B ao hospital da cidade mais próxima. Três horas depois, A saiu com onze pontos numa orelha, oito na outra e seis na bochecha. O agressor tentara arrancar estes pedaços da face de A com seus próprios dentes, e estrangulou-a até que ela desmaiasse. O rapaz de 25 anos, aparentemente de boa índole, havia ingerido quantidades excessivas de Caninha Pitu por ciúmes de A em relação a B.
Faço agora uma pequena pausa para descrever os personagens:
A - a típica cinqüentona problemática, outrora bonita, agora maltratada pelos excessos da vida, só se mete em encrenca, tem dois filhos (um drogado e um superdotado), não tem profissão, forever young, ligeiramente ninfomaníaca, filha dos donos do bar menos decadente do vilarejo.
O agressor - 25 anos, uma montanha de músculos, sem profissão, sensível ao álcool e a mulheres-problema.
B - engenheiro químico, bem intencionado, com noções de primeiros socorros, desprovido de beleza e trouxa.
(to be continued...)
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Origens de Tráfego
Alguém chegou ao nosso link escrevendo no gúgol a seguinte frase:
meu marido tem disfunçao eretil vou abandona lo
Compreensível, minha amiga, compreensível. Mas antes vocês podiam tentar um urologista e um terapeuta de casal. Porque talvez ele tenha outras qualidades, não é mesmo ???
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Boas Festas
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
A Separada Amiga
Hoje almoçarei com o meu santo ex-marido, pois não nos veremos até o início do ano que vem. Prevejo que, como sempre, será um encontro afetuoso, alegre, repleto de histórias da vida de um e de outro. Sim, sou uma sortuda por fazer parte dessa raríssima categoria das separadas:
A Separada Amiga não conseguiu verdadeiramente livrar-se do marido. Eles continuam a falar-se por telefone, trocar emails ou sair para almoçar aos domingos. Como o círculo de amigos não se dividiu, eles ainda freqüentam as mesmas festas e raramente passam muito tempo distantes dos olhos do outro. Os separados amigos são vistos como exemplos civilizatórios a serem seguidos por todos os que os cercam. Freqüentemente frutos de uma dissolução consensual que passou por DRs racionais e ponderadas, os separados amigos sabem por que se separaram, conservam o afeto pelo ex-parceiro e acham impensável cortar os laços com alguém que ocupou papel tão importante em suas vidas.
Tão logo o separado arranje nova eleita, a Separada Amiga fará uma análise da moça despida de qualquer sentimento possessivo e incentivará como puder a nova relação. Afinal, o que importa é a felicidade do ex-parceiro.
Acreditem, belas: Isso não é nenhum conto da carochinha. A amizade pós-casamento é possível, saudável e desejável!
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Só Glamúr
Quando dá um branco de assunto, sempre vou espionar o blógui de nossa querida Katylene, que é uma pessoa muito informada.
Qual não foi meu deleite ao descobrir esta magnífica postagem:
http://katylene.mtv.uol.com.br/2010/12/14/veeceeo-do-dya
Clicaram lá pra ouvir as baladas ? Gostaram da surpresa ? Suzi não pára de nos dar exemplos de superação, mostrando que a vida pode ser cheia de brilho para uma Separada Madura.
E como tenho espírito investigativo aguçado, conquistado à base de inúmeras leituras de romance policial, descobri EM PRIMEIRA MÃO o estúdio responsável por esse sucesso.:
http://www.studiomel.com/120.html
Agora que você já sabe o caminho das pedras, basta escolher o repertório que mais combina com seu estilo e começar a ensaiar. Lembre-se do ensinamento de Suzi: a velhice nunca chega para uma estrela.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
A separada e o lar
sábado, 11 de dezembro de 2010
O ex-marido otário
nesta chuvosa noite de sábado, convido-as mais uma vez à mesa de dissecação. Debrucemo-nos com nossos bisturis em punho sobre um espécime do EMO (ex-marido otário), cuja sigla não por acaso coincide com a da tribo dos adolescentes chorosos e frágeis.
Numa análise mais superficial, o EMO poderia ser entendido como a versão masculina da Separada Trouxa. Mas assim que começamos a atravessar o tecido epitelial, percebemos as sutilezas que os diferenciam. O sangue de barata do EMO não é característico da Separada Trouxa, já que muito dificilmente uma Separada de qualquer categoria tem sangue de barata. O EMO, ao contrário, era otário desde a infância. Dava seu lanche pra primeira bonitinha que o tratasse com alguma simpatia, e assistia quando ela se mandava devorando o sanduiche e rindo com as amiguinhas.
Não precisamos nem dizer que as piriguetes têm uma especial predileção por esta categoria. Não nos cabe aqui especular se o EMO tem ou não consciência de sua condição, e nem se sofre com isso. Ele nasceu para ser abusado pelas mulheres, para lhes satisfazer os caprichos mais inadmissíveis. E é justamente por isso que ele nunca escolhe uma mulher boazinha, mas sim uma chantagista dominadora que potencialize sua esplendorosa natureza de inseto.
Quando traido, o EMO faz de tudo para não perceber. Se a mulher esfrega-lhe a traição na cara, ele perdoa. Se a traição se repete, ele perdoa novamente e atribui o fato a sua provável disfunção erétil. O EMO é profundamente infeliz se não tiver dinheiro, pois comprar presentes caros para sua mulher é sua principal realização. Se a mulher for bonita, ele se sente agradecido por poder desfilar com ela na festa anual da firma. Se o dinheiro acabar, ele chora escondido no chuveiro, e permanece calado quando sua mulher vocifera que aquilo não é vida.
Depois da separação, o EMO passa alguns anos morando em um barraco para pagar as dívidas que contraiu durante o casamento. Se a mulher quiser voltar, ele vem correndo. Se ela desistir mais uma vez, ele compreende. Se ela se casar com outro, ele deseja boa sorte. Se o outro a maltratar, ele a consola.
A pior condenação para um EMO é a liberdade da separação.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Você encontrará o homem dos seus sonhos - parte 3/3
Para finalizar este estudo antropológico, analisaremos o triângulo:
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Você encontrará o homem dos seus sonhos - parte 2/3
(Warning: este é um post cheio de spoilers e cheio de capislóques. Beware.)
Ela já percebeu que de brilhante ele não tem nada. Ele é preguiçoso, vive dando desculpas para não terminar sua última obra, está sempre em uma angústia muito mais importante do que qualquer drama real que ela possa ter. Ela, que antes o achava um tipo charmoso, agora percebe que seu ex era muito mais asseado e tinha um corpinho em cima, além de ser um homem honesto, trabalhador e generoso. O atual, por outro lado, começa a perceber o olhar crítico da mulher e é OBRIGADO a se refugiar no olhar admirado de uma outra vizinha, aquela besta que - sim! - o acha charmoso e brilhante.
Um belo dia, ela encontrará, por acaso, o ex com sua nova mulher. Eles lhe contarão de sua bela vida, de sua viagem romântica para conhecer os bisavós da noiva no Butão, de como ele é o homem que ela, a noiva, sempre sonhou. Eles terão um lindo filho ou filha, e ele/ela será muito educado/a e dará uma flor de presente à idiota que deixou esse homem tão bom escapar. Ela terá uma crise de choro e voltará pra casa com vontade de pôr fim à sua vida. E colocará suas coisas em uma mala, chamará um táxi e se tornará uma Separada.
The End.
Você encontrará o homem dos seus sonhos- parte 1/3
2 - O homem com a crise dos 2/3 de idade
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
O Piriguetismo e a Separada - 2
O marido não deseja necessariamente que a esposa seja uma piriguete. Porque, se ela o fosse, não seria mais esposa. Podemos fechar os olhos para esta dualidade clássica do macho ? Existe uma mulher para casar e outra para satisfazer os desejos mais primários. E esta costuma ser a piriguete. Não quer dizer que o marido não goste de fazer sexo com a mulher. Ele gosta. Mas é diferente, porque a piriguete não é RESPEITADA. E isso dá ao macho uma certa sensação de liberdade, não é mesmo ?
A piriguete ocasional também tem outra característica que aguça muito o apetite do marido alheio: ela finge. Domina a arte de fingir com maestria. E assim, faz com que qualquer homem se sinta MUITO MAXO.
O enigma a resolver é, portanto: como funciona a cabeça dos homens que se casam com as piriguetes ?
O Piriguetismo e a Separada
A separada, não sendo uma solteira qualquer, costuma aparentar menos piriguetismo do que a companheira que nunca casou. Isso se deve ao fato de que, por anos, ela acreditou que suas outras qualidades eram as causas do seu (até então) bem-sucedido casamento: sua inteligência, senso de humor, dotes culinários, beleza selvagem, coragem e independência eram o que faziam o falecido marido desejá-la como esposa. A-há! Aí se encontra a arapuca.
Que a Força esteja com vocês,
S3.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Sessão tortura em cinco passos
Il y a longtemps que je t'aime, jamais je ne t'oublierai...