sábado, 25 de dezembro de 2010

Um Conto de Natal

Apesar de hoje ser dia 25, superarei as dificuldades de escrever no telefone para compartilhar uma história que encheu de ternura o meu coração endurecido.

Sempre passo as Festas numa pequena vila de pescadores, que me lembra a série Twin Peaks (se você tem menos de trinta pesquise no gúgol). Às cinco da manhã do dia 24 fui despertada por uma algazarra: gritos de socorro de um homem que estava sendo espancado por três jovens pescadores bêbados. Como não tolero violência, vesti meu saiote de Poderosa Ísis, acordei meu pai e obriguei-o a ir até a praia ver o que estava acontecendo. Os três jovens bêbados explicaram que o espancado havia fugido, e que estava apanhando pois tentara assassinar a namorada (doravante denominada A) com suas próprias mãos. Minutos depois, A foi trazida por seu salvador (doravante denominado B), que encontrou-a desacordada e ferida. Ressuscitou-a com massagens cardíacas e respiração boca a boca.

Ísis e seu pai, que também é trouxa como ela, levaram A e B ao hospital da cidade mais próxima. Três horas depois, A saiu com onze pontos numa orelha, oito na outra e seis na bochecha. O agressor tentara arrancar estes pedaços da face de A com seus próprios dentes, e estrangulou-a até que ela desmaiasse. O rapaz de 25 anos, aparentemente de boa índole, havia ingerido quantidades excessivas de Caninha Pitu por ciúmes de A em relação a B.

Faço agora uma pequena pausa para descrever os personagens:

A - a típica cinqüentona problemática, outrora bonita, agora maltratada pelos excessos da vida, só se mete em encrenca, tem dois filhos (um drogado e um superdotado), não tem profissão, forever young, ligeiramente ninfomaníaca, filha dos donos do bar menos decadente do vilarejo.

O agressor - 25 anos, uma montanha de músculos, sem profissão, sensível ao álcool e a mulheres-problema.

B - engenheiro químico, bem intencionado, com noções de primeiros socorros, desprovido de beleza e trouxa.

(to be continued...)

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