terça-feira, 19 de outubro de 2010

Los narcisistas

Quem nunca se apaixonou por um que atire a primeira pedra. Eu me apaixonei por dois, que Deus os tenha. Eram dois Casados Infiéis, os únicos e últimos da minha vida. Os dois tinham traços comuns: eram homens românticos, amavam as esposas, me amavam, achavam que as três coisas eram plenamente conciliáveis. Ha. Ha. Ha.

O meu primeiro Casado Infiel Narcisista (desculpem-me o pleonasmo) ou CIN mandava-me músicas por email com a seguinte frase “Estamos ouvindo essa agora.” Sim, gatas, no plural. Ele e a sua senhora. Beautiful. Mas o momento mais lindo que vivi com o indivíduo foi o seguinte: prestes a partir para la hermosa cuidad de La Puta Que Los Parió, Sudamérica, o CIN olha-me nos olhos e profere as seguintes palavras: “Querida. (Pausa dramática. Segura o meu rosto com suas mãos) Você quer que eu fique? Você quer que eu fique aqui, no Brasil, com você?” E eu, coração disparado, olhos ardendo, respiração ofegante, digo: “Sim, quero”. Ao que ele me responde: “Então,” - E agora faremos uma pausa, só eu e você, minha leitoramiga, pois nós duas sabemos que, se começou com a palavra então, coisa boa não deve seguir. Respirou fundo? Preparada? Vamos lá - “... eu também pensei nisso, mas cheguei à conclusão de que não devo ficar. Minha mulher me espera em La Puta Que Me Parió, e eu quero viver isso com ela. Tantas coisas lindas ainda posso viver com ela! Tchiamu muito, você sabe, mas pensando bem, desde que ela foi embora, você tomou completamente a minha vida, tanto que não senti falta dela. Quando eu chegar em La Puta Que Me Parió, presumo que também ela ocupe a minha vida de modo que eu te esqueça rapidamente.”

Ohhhhh, que amor. Ele não é igual ao meu outro CIN, o do post do aeroporto? (ver tag: anedotas) E até hoje ele não entende por que a gente “se afastou”.

Um comentário:

  1. Hahahá! A vida aqui é muito breve e quase não dá tempo de encontrar gente assim. Que sorte, hein?

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