domingo, 31 de outubro de 2010

A maldição da múmia

Queridas amigas, queridas leitoras.

Escrevo-lhes de além-mar para compartilhar minha estupefação: a maldição do casado infiel me persegue por onde quer que eu vá.

Dia desses, em meio a uma viagem prazenteira da qual ainda não retornei, reencontrei um ex-namorado (doravante denominado M). Provavelmente o único homem normal com quem já namorei. Tínhamos planos de nos casar e constituir família, mas a geografia falou mais alto e M trocou-me por uma holandesa (doravante denominada VH, Vache Holandaise) que vivia na mesma cidade que ele. Constituiram matrimônio e tiveram dois lindos filhinhos.

Pois muito bem. Reencontramo-nos. Os olhos do rapaz brilhavam, ele sorria todo o tempo, e finalmente ao fim do encontro confessou-me que teve apenas dois amores em sua vida: eu e VH.

No dia seguinte, ele pede para me rever. Nos encontramos então por 40 minutos, durante os quais ele fala das dificuldades da vida de casado. E depois ele diz que não consegue evitar uma vontade de pular em cima de mim, já que eu não mudei nada.

Mas ele se engana, cara leitora. Ele se engana. EU MUDEI. Ao invés de dar um sorrisinho e dizer: "então pula, meu bem", respondi: "Nem pense nisso. Você não tem talento para o adultério. Depois ia ficar chorando como um bebê arrependido, pensando em sua casta VH. VOCÊ É UM HOMEM DE FAMÍLIA (Ahahahahahahahahahahahahahaha), e vai continuar assim".

Chamamos o garçom, ele pagou a conta e perguntou, me abraçando:
- Quando nos vemos de novo ?
- Não sei. Daqui a uns cinco anos, quem sabe.

Parti triunfalmente e deixei-o só, digerindo seu tédio conjugal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário