domingo, 30 de janeiro de 2011

Narcisistas, parte infinito, o retorno

Sempre escolho homens narcisistas e egocêntricos para me envolver. Sempre. Meu atual namorado e futuro ex, aqui conhecido como AB (Artista Boêmio) é, na verdade, o meu AB2. E foi um seguido do outro.

O AB1 era da área das artes cênicas. Achava-se o máximo e dizia isso. Em um dos primeiros encontros, disse-me seriamente: "S3, eu sou muito inteligente". Haha, é verdade. Burra sou eu que saí exclusivamente com ele por dois meses. O AB1, tal como o AB2, dizia ser um espírito livre. E achava-se tão bom, tão incrível, que qualquer concessão que ele pudesse fazer ao meu desejo era uma agressão à sua extraordinária natureza. Quase um ultraje eu esperar que ele pudesse ir CONTRA ELE MESMO e fazer algo POR MIM.

Ele tinha o que eu chamava de Síndrome das Terças e Quartas. À época, nesses dias da semana, ele trabalhava em uma peça com personagens drogados e viscerais, e, como ATOR , ele não conseguia livrar-se do personagem muito facilmente. Tornava-se indomávelzzzzzROINC. Ao ponto de sumir no meio de uma festa pra qual ele tinha me convidado e me deixar sozinha, até que eu resolvesse finalmente deixar o recinto.

Bom, a história não durou muito. Depois de ouvir vários "Gata, já estou te avisando que não quero namoro", "Gata, eu não quero estar em uma relação. Não sei por que tenho saído tanto com você" (vale notar que ele me ligava di-a-ri-a-men-te), e receber ligações bêbadas às 6h da manhã (a festa devia estar ótima, nean?), eu comecei a enrolá-lo, sumir e sair com outro (o AB2). Quando ele descobriu isso, proferiu consternado a seguinte frase: "Não entendo. Nós éramos um CASAL muito FODA." Heim? Cuma? Casal? Vá se ferrar.

No entanto, o meu novo eleito, que me pediu em casamento e quer ter filhos comigo, também tem MUITOS defeitos. E partilha da mesma Síndrome que acomete o AB1: A Síndrome de Peter Pan.

Breve, em uma postagem Psicanálise 1,99 perto de você.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A sexta-feira das separadas (Diálogo Platônico 2)

A união faz a força, diz o ditado. Por isso, quando uma separada com filho não pode sair de casa porque não tem com quem deixa-lo, outras separadas vão visita-la e falar bobagens.

Imaginem-nos com togas mais do que airosas, já que o calor é insuportável. Instaladas num jardim aprazível, num bairro aprazível. Escravos bem dotados tocam suas liras, espantam os mosquitos da dengue e servem alcoóis derivados de diversos tipos de uva. A iluminação é suave.

S2: Então, gente, o lobisomem me telefonou hoje (vejam postagens anteriores).

(gritos de S1 e S4).

S1: E aquela preleção de 50 minutos que te fiz ontem, S2 ? Não foi suficiente ? Você não entendeu NADA ?

S2: Ontem ele passou em casa e meu filho não me avisou. Quando ele ligou hoje não conseguia nem falar. Desliguei o telefone e fiquei 40 MINUTOS EM POSIÇÃO FETAL NO SOFÁ. Meu filho veio perguntar: o que aconteceu, mamãe ?

S4: E o que o infeliz queria ?

S2: Me dizer que meu presente está pronto, que ficou lindo, amanhã ele vai levar lá em casa.

(gritos de S1 e S4).

S1: Me ajuda, pelo amor de Zeus, S4. Explica pra ela como as coisas funcionam. Nós já passamos por isso, querida S2, por isso você pode ser poupada. Veja só que oportunidade, somos as arautas da revelação.

S4 (fazendo voz de imbecil): Ohhhhhh, o que estou fazendo de errado ? Por que não consigo entender a mente complexa deste homem tão interessante ?

S1 (fazendo voz de mais imbecil ainda): Aaaaaaaiiiii, por que não alcanço os mistérios insondáveis que se escondem por trás da névoa daquele olhar ?

S4: Ohhhhhhh, por que tenho uma vida tão desinteressante e a vida dele é tão cheia de agitos e emoções ?

S2: Isso, é assim que eu me sinto.

S1: Pois tudo o que o infeliz está procurando é uma trouxa como nós, pra ficar batendo palma pra maluco.

S4: ELE É UM INUTIL DESEQUILIBRADO.

S2 não escuta, olha para o vazio com cara de lunática.
S1 desiste da preleção, e se prepara para recolher os restos de S2 quando for a hora.
S4, ainda traumatizada por uma experiência semelhante, não desiste. Abre sua bolsa e saca uma poderosa arma: um livro que discorre sobre a paixão de casais célebres (como o cantor de óculos redondos e a mulher japonesa da capa). Acreditando que a palavra tem mais força que a espada, põe-se a ler sobre a triste história de amor entre um escritor famoso e uma mulher feia e destemida.

Ao final da leitura, S1 está à beira das lágrimas, tantos os reveses sofridos por aquela abnegada mulher (incluindo espancamento, humilhações públicas, infidelidades, falta de sexo).  S2, ainda em transe, desfia suas impressões sobre a história:

S2: No final ela se deu bem, teve todos os homens que quis. Um amor muito bonito, né ? Ela devia ser muito grata a ele, que a ajudou tanto na carreira. Bom, amanhã o lobisomem vai lá em casa. E eu vou no almoço na casa da irmã dele na outra semana. Acho que vou tentar, sabe ? Só pra ver no que vai dar. Depois eu caio fora, sou muito controlada.

Nota-se, querida S2.

Partimos então para a segunda garrafa, e mudamos de assunto. S1 chama um escravo de lado e pede-lhe que, no dia seguinte, compre uns carneiros no mercado para fazer um sacrifício. A partir de agora, só com reza braba.

A sexta-feira da separada

Essa é para as leitoras que moram em São Paulo.

Ontem saí com as amigas gueis para dançar. Eles, bonzinhos, resolveram que me levariam a redutos HTs da cidade para que eu pudesse ver homens bonitos não-gueis e me distrair um pouco. Pois bem, a noite começou no bar Squat.

Fila na porta. A casa cobra entrada de 15 ou 30 de consumação, o que achei estranho para um bar. Entramos. Olhei ao redor: um monte de HTs juntos. Todos horríveis. Todos horripilantemente horríveis. Parecia uma reunião de condomínio de vegetais de fim de feira: um tomate amassado, uma alface murcha, uma fruta apodrecida. Todos bebendo e falando muito alto, já que a música (boa, no meu gosto) alta demais não deixava ninguém conversar direito. Um namorado infiel ficou olhando pra mim mesmo com a namorada ao lado e eu fiz aquele belo gesto de vômito pra ele, enfiando meu dedo em minha garganta. Consumido o valor requerido, zarpamos.

Fomos para a Augusta. Bar do Netão. Pisamos no fétido lugar e decidimos sair. Não existem mais HTs no Netão.

Me levaram finalmente para dançar. Um lugar chamado Alley Club, na Barra Funda. Na porta, uma velhinha perdida tentava achar seu RG para entrar sozinha no lugar. Comentei com os amigos: "Que bom, não seremos os mais velhos". Entramos. Bem na hora do recreio. As crianças que frequentam o Alley falsificam a identidade para entrar, só pode ser. Falei: "Mas esse povo está todo no colegial!" E meu amigo: "Ensino médio, S3. O termo colegial denuncia a sua idade." A música também não era ruim, e um rapazinho de no máximo 20 anos tentou fazer a dança do acasalamento comigo. Era assim:


Antes que eu precisasse dizer pra ele que me chamasse de Tia S3, fui embora. E me perguntei: ONDE DIABOS ESTÃO OS HOMENS BONITOS ACIMA DE 30 ANOS NESTA PORCARIA DE CIDADE?

Não me digam que é na Vila Madalena, por favor.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"E" para animal

Uma amiga acabou de colocar isso no Facebook, tive de roubar:

"Na minha frente estão três meninas de uns 8 anos. Elas brincam de stop. Saiu a letra "E" para animal. Uma diz 'elefante', a segunda diz 'ex-marido'..."

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Origem de tráfego 3

Vocês sabem que, quando estou sem inspiração, apelo para a Katylene ou para o item Origens de Tráfego da ferramenta de gerenciamento. E desta vez descobri que uma leitora chegou a nosso blog ao digitar no gúgol as palavras-chave:

Frases de conselho para mãe separada.

Querida leitora, identifiquei-me com a consulta ao oráculo, já que eu mesma sou uma separada trouxa com filho, e que em muitos momentos seria capaz de pagar quantias indecentes por conselhos certeiros.

Espero que você volte a nosso blog para ler estes, que te dou sem cobrar nada:

1) Nunca deixe seu filho saber que você tem um blog chamado Diário de uma Separada, especialmente se ele já tiver idade e habilidade pra entrar sozinho na internet.
2) Evite comentários sobre suas aventuras amorosas na frente do seu filho. Será muito embaraçoso se ele disser à atendente que faz o passaporte que você é solteira, mas namora muito.
3) Não traga para dentro de casa nenhum pretendente com menos do que, digamos, seis meses de relacionamento.
4) Não se comporte como se fosse uma freira que nunca mais namorou depois de separada.
5) Nunca fale mal de seu ex-marido para as crianças, e nem da atual mulher dele. Nada é mais abominável do que isso.
6) Pense muito antes de adquirir um animalzinho doméstico pra compensar a separação. Esses bichos soltam pelos. Muitos.
7) Faça um grande esforço para ser feliz, e consiga. Mães infelizes são muito mais traumatizantes do que a separação em si.
8) Não se comporte como uma mãe abandônica quando se apaixonar novamente. Vão-se os homens, ficam os filhos.

Boa sorte.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

duas piadas

Numa conversa de bar, um amigo me contou duas ótimas piadas, enquanto conversávamos sobre relacionamentos:
1.
Um neurônio vivia sozinho num cérebro de homem. Anos se passaram, e quando ele quase perdia as esperanças de ter companhia, um outro neurônio passa correndo ao longe. O primeiro neurônio, desesperado, agita os bracinhos e grita:
- Ei ! Ei, amigo ! Aqui, aqui !
O segundo neurônio se aproxima. O primeiro fala afoito:
- Que bom que você apareceu ! Estou sozinho há anos, preciso conversar !
E o segundo:
- Ah, então vem comigo ! O pessoal tá todo lá no saco !
2.
Uma piriguete sai com um intelectual, e no dia seguinte vai contar pra amiga:
- Bom, daí fomos no cinema, ver um filme de um país estranho... Muito diferente, meio parado, umas imagens bonitas ...
- Ce gostou ?
- Gostei, gostei. Daí fomos tomar uma coisa num restaurante que ele chama de bistrô, encontrou uns amigos, eles ficaram falando de filosofia, e tal.
- Foi legal ?
- Muito, muito. Acho que aprendi umas coisas. Depois a gente foi num restaurante tailandês, umas comidas com pimentão, cheias de tempero...
- Gostoso ?
- Diferente, né ? Depois ele me levou pro apartamento dele...
- Ah, FINALMENTE ! E aí ? E aí ?
- Bonito, tinha um monte de livros, umas estátuas africanas ... Daí eu fui conhecer o quarto dele.
- E ?
- Depois ele me mostrou o pênis dele.
- Pênis ? O que é pênis mesmo ?
- É tipo caralho. Só que mole.

Gotas de Sabedoria

Disse-me um sábio amigo meu: que o Homem é um vira-lata e a Mulher, uma enxadrista.

A mulher considera cuidadosamente as posições do bispo, da dama, do rei, do cavalo, da torre e do peão antes de fazer sua jogada.

O homem revira o lixo à procura da satisfação imediata das suas necessidades, sempre prementes. Se estiver faminto, tanto faz saber que há um filet mignon à sua espera em casa. O primeiro bagaço encontrado na rua lhe será suficiente.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mais um testemunho

Nosso Diário tá bombando, gents. Chegou mais uma carta da leitora ! Ficamos muito felizes com as colaborações, portanto animem-se e participem ...


Aí vai:


Olá,
 
Sou uma assídua leitora do blog de vocês. Creio que me identifico com os relatos e hoje pensei em compartilhar uma experiência.
 
Hoje vejo os relacionamentos de forma diferente. Tenho 38 anos, sou separada há um ano depois de permanecer 14 anos com o mesmo homem (somando namoro, noivado, casamento e etc.). Essa experiência deu-me uma forma diferente de ver os relacionamentos e fico indignada com o que as mulheres de 20 anos fazem pelos seus homens... Explico:
 
Caso 1: R namora há um ano com C. Mostrou uma lingerie lindíssima que comprou para seduzir o namorado, contou-me numa sexta-feira que pretendia fazer uma surpresa para o sujeito, mas, como ele não gosta de surpresas, acabou por contar-lhe a aquisição que havia feito. Na segunda-feira relatou: "ele chegou no sábado cansado porque trabalhou até as 20:00hs da noite. No domingo acabamos indo almoçar com nossos pais. Portanto, não usei a lingerie... Coitado... ele tava cansado...."  Seria politicamente incorreto dizer-lhe o que realmente achava: "Dá um pé na bunda do idiota, pq, se namorando é assim, imagine depois do casamento", Então, limitei-me a fazer cara de paisagem...
 
Caso 2: J, 19 anos, foi para a balada conosco. Passou a noite toda ligando para um sujeito que ela queria ficar, insistindo para que o mesmo fosse encontrar conosco. Finalmente, já tarde, depois de momentos tensos a figura apareceu. Meia hora depois, J chegou para uma de nós e disse: "Podemos ir para a sua casa?". Bom, como nesse caso eu já não estava sóbria o suficiente para fazer cara de paisagem, acabei por expressar meus pensamentos. "Tenha a dó J. Uma menina linda como vc passa a noite inteira atrás do cara, que, quando finalmente aparece, não quer nem se dar ao trabalho de pagar um motel!" 
 
Enfim, será que eu era assim também aos 20 anos??? Fiquei cínica ou experiente? hehehehe...
 
Abração,
 
Flávia 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Retomando a história do Lobisomem, que em parte acabou ontem.

Esse homem que quase me deixou louca não passa de um fracote. O Lobisomem existe! Quando passa por mim. Não expliquei nada, deixei ele se afogando no próprio sangue, bem na minha frente... e não se fala mais nisso. O cheiro de sangue se misturava ao cheiro do líquido azul que borbulhava sobre a mesa. Sabia que tudo deveria ser amargo mas só conseguia achar doce, doce... A fumaça gelada fazia meus ossos doerem enquanto a fera saia pela minha boca. Seu peso era real e quente. Eu, que merecia todas as explicações, tinha todas as explicações para ele, mas fiquei muda apreciando sua agonia.
Quando ele morrer vou chorar sobre seu caixão pequeno, porque quando os Lobisomens morrem, voltam à sua forma humana e franzina. Nesse dia, vou fazer uma pintura bem romântica do velório, em um bosque muito alegre e colorido. Serei pálida em meio às flores, como uma viúva branca. Mas antes dele morrer vou me misturar à sua sombra, me divertir com ela, fazer obscenidades secretas em pequenos lapsos de minha vida. Nossas sombras em pequenas caixas invisíveis.

fimmif

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Vídeo do leitor

Caríssimas(os),

uma assídua leitora nos enviou um vídeo que um assíduo leitor enviou a ela, como sugestão de postagem para o blog. Gostamos duplamente: porque o vídeo é legal e porque o leitor é - queremos crer - um homem.  Me pergunto se os representantes do sexo oposto, ao lerem este hpl (humilde porém limpinho) Diário, desistem da luta de vez ou se sentem estimulados a prosseguir.

Aí vai um pouco da abordagem masculina, girls:

domingo, 16 de janeiro de 2011

Sobre o casamento

Ontem estava conversando com uma amiga, casada há 18 anos e aparentemente feliz. Perguntei: qual o segredo do seu sucesso ? Ela deu a seguinte resposta:

1- Não converse com seu marido. Nunca.
2 - Sexo. É claro que um casamento de 18 anos só é possível se o sexo for sensacional.

Confesso que fiquei bastante intrigada. E pensei que, se eu fosse um desses ETs que querem abduzir humanos para fazer experiências bizarras sobra a nossa espécie, escolheria esta moça como objeto de estudo. Dissecaria seu cérebro e, sobretudo, seu aparelho reprodutor.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Diálogo Platônico 1

Encontraram-se as alegres autoras deste humilde porém limpinho blog para discutir, num Banquete virtual, a reincidência da Separada no casamento. O Diálogo foi fomentado por uma de nossas mais assíduas leitoras (doravante denominada L1), cujo testemunho lapidar sobre o casamento foi recentemente publicado por estas bandas.

Imaginem-nos trajando togas airosas, comendo cachos de uvas verdes, bebendo vinho e sendo abanadas por bem dotados e mudos escravos.

L1:
Das fantasias heterossexuais de uma separada casada pela 2a vez ou da
leitura sexual dos homens no metrô de São Paulo
- homens diáfanos (amantes calmos e dedicados)
- homens barbados e grandes (amantes vigorosos e românticos)
- homens atléticos e bronzeados (amantes fortes e delicados)
- homens silenciosos (amantes sem pressa)
- homens mais velhos (melhores amantes)
- homens mais jovens (amantes com botão de reload)

S2:
Separadas casadas pela segunda vez são otimistas e românticas! Se eu conseguir manter meu otimismo e romantismo é possível que me case pela segunda vez, então. Ah! E preciso tirar todas essas agulhas do meu quadril, também... (comentário hermético).


S4:

Separadas que se casam pela segunda vez não são otimistas nem românticas! é gente evoluída que deixou essa besteira de romantismo de lado e arranjou um homem para dividir as despesas e os problemas.

S1:
Falou e disse, S4.


S2:
Acho que não acho isso não... será?


S4:

Acho que eu também não acho... mas estou tentando!


S2:

Eu com certeza não me casaria novamente com um homem para dividir despesas e problemas. Casar e se manter casada dá muito trabalho! Casaria com um homem se passasse meses, anos tendo a sensação que ele é a pessoa perfeita para mim. Sou bobinha sim. Claro que isso só acontecerá com alguém que não seja um duro e se preocupe com meus problemas mas isso é só uma parte, não é suficiente mesmo! C A S A R! Mas eu só fiz esse comentário porque ando pessimista e depressiva e pensaria assim, olhando os homens no metrô:
- homens diáfanos (delicados demais, gays)
- homens barbados e grandes (pau pequeno, feijãozinho cozido, nem
passa pela portinha...)
- homens atléticos e bronzeados (gays)
- homens silenciosos (problemas sexuais graves, virgens)
- homens mais velhos (brochas, um em mil pode valer a pena)
- homens mais jovens (péssimos amantes, ejaculação precoce)
era uma brincadeira...


S4:
homens no metrô
- homens diáfanos (uma vibração efeminada... sensível. presa fácil. Mas depois  vai querer casar... problema).
- homens barbados e grandes (Loucos. Dados a surtos psicóticos. Não falam nada com nada. Ah, os melhores).
- homens atléticos e bronzeados (Nem pensar. Vai cometer algum erro de concordância na hora AGÁ!).
- homens silenciosos (deprimidinho... adora um cafuné... Vai se apaixonar e ficar te perseguindo por meses. Não!).
- homens mais velhos (até 50, né?).
- homens mais jovens (deve funcionar pelo menos...).


S3:
E cá está o meu:
- homens diáfanos (não. odeio gente sensível)
- homens barbados e grandes (sim. cheiro de pêlos. sim)
- homens atléticos e bronzeados (sim, só por uma noite)
- homens silenciosos (sim. a burrice que confundimos com introspecção)
- homens mais velhos (não)
- homens mais jovens (sim)


S1 (acrescentado posteriormente, já que durante o diálogo estava ocupada demais sendo a escriba):
- homens diáfanos - sim, entregam-se com verdade.
- homens barbados e grandes - sim, fazem cócegas onde é preciso.
- homens atléticos e bronzeados  - sim, se não tiver nada melhor por perto.
- homens silenciosos - sim, sabem bater com jeito.
- homens mais velhos - sim, porque sim.
- homens mais jovens - sim, gostam de aprender.


S2:
Tô péssima, hein?! Totalmente desequilibrada. Imaginei jovens de 16 anos e velhos de 60, homens horrendos com meias fedorentas e unhas encravadas... Confesso que zipi acabou um pouco comigo. Apesar de toda a brincadeira, eu ainda estou superando o trauma. Por um futuro melhor para mim!!!!!


S3:
Eu também imaginei jovens de 16 anos.


L1:
Adorei, adorei. E, olha, a princípio, a separada que se casa pela segunda vez chega a esse ponto por paixão doentia/resignação pós sete anos de coito (ou não)conjugal. Nada de diferente. Nada de superação de romantismo. E nada de homem perfeito.


Erguemos nossas taças num brinde, entornamos tudo. Estalamos os dedos, os escravos vêm nos alegrar (apesar de não entenderem o que é metrô, já que naquela época só existiam bigas).
 
FIM DO PRIMEIRO DIÁLOGO

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

As Férias da Separada Esperta

- Férias da Separada Esperta ? Ué, desde quando ela trabalha ?- pergunta a leitora mais incauta.

Engana-se quem pensa que a SE evita a labuta. O fato de ela ter faturado milhões numa separação vantajosa não a impede de ter dignidade. Apenas o trabalho gera visibilidade, e a visibilidade realiza o milagre da multiplicação dos pães. Por isso a SE está permanentemente estressada e ocupada, apresentando programas de tv, fotografando para editoriais de moda, dando entrevistas, fazendo tratamentos (anti)estéticos, dando um rolê na ilha de caras.

Ela precisa, portanto, de férias, como qualquer mortal. Se tiver filhos, tratará de despacha-los logo após a matéria sobre a vida de mãe atarefada. Viajará para alguma cidade previsível ( notem, ela é Esperta, e não Inteligente, o que seria uma maldição)e freqüentará os salões de verão de acordo com suas possibilidades. Estas possibilidades correspondem à multiplicação de seu berço pelos contatos adquiridos durante o casamento. Podem ser salões da costa italiana ou da Praia Grande, mas são salões. Lá, durante sua férias, ela farejará sua próxima presa. Se for eficiente dará o bote rapidamente, pois ainda precisará de alguns dias de sumiço para recauchutagens mais profundas.

Ao fim de tudo, ela terá encontrado o amor de sua vida, com quem se casará dois meses depois. E durante esse breve casamento, talvez ela abandone seu trabalho para dedicar-se a um outro muito mais exaustivo: arrancar tudo o que puder de seu futuro ex-marido.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Carta da Leitora

Recebemos mais uma colaboração de nossas leitoras!

"Queridas colegas,

Sou fãzoca desse blog e resolvi então compartilhar com vocês as agruras de uma separada trouxa.
Sou uma moça reservada e considerada por amigos e familiares como uma pessoa séria. Sempre levei minha vida sozinha, com poucos e bons amigos a uma distância segura e nenhum familiar por perto. Gosto das artes e me arrisco na música amadoramente, mas sou essencialmente tímida e reservada (odeio gente intrometida). Bem, mas estou aqui pra contar a minha história de separada trouxa, não?
Estava eu no dentista quando conheci um homem - naquela altura - muito interessante. Ele definitivamente não era bonito. Tinha a cara amarrotada, óculos estranhos e usava uns suéteres péssimos, que denunciaram, depois, o mau gosto para cuecas. Ele, amigas S, era o que poderíamos chamar de Solteiro Crônico.
Tinha mais de quarenta anos, morava com os pais e com um irmãozinho muito mais novo. Tinha estudado em boas escolas, mas se achava muito mais inteligente do que realmente era.
Os anos de terapia vagabunda haviam-no convencido de que havia nascido para o sucesso e para paixão. Enquanto esperava sentado para que isso acontecesse, exercia o quadragésimo subemprego arrumado por algum amigo e botava a culpa em tudo e todos pelo seu insucesso.
Eu, amigas S, me apaixonei perdidamente pelo pobre rapaz (ele tinha potencial!) e abri meu coração, meu lar e muitas outras coisas para o este homem. Depois de meses de longos telefonemas, encontros mornos e cinemas, ficamos juntos e engatamos um namoro. Logo, ele mudou-se de mala e cuia para o meu apartamento e fiquei emocionada em doar meus ursinhos de pelúcia para liberar espaço no meu armário embutido pra suas roupas. Como ele nunca havia lavado, cozinhado e arrumado nada, assumi o papel de esposa sem crise e com uma certa dose de orgulho feminino.
A plena felicidade de casada não durou até o dia da feira. Ele não comia bananas e resolveu, então, considerá-las como parte do meu pagamento no montante da compra. E assim foi com o tomate, com as mangas, as flores comemorativas, o pastel. No restaurante por quilo onde almoçávamos aos domingos seu caráter se mostrava no prato: feijoada, lasanha, arroz, linguiça e salada misturavam-se em camadas no mesmo espaço. A Coca-Cola rachávamos, mas ele bebia mais. Ainda que eu comesse menos, dividíamos a conta meio a meio.
Mas o prato principal, a cama, a mesa e o banho de nosso casamento passaram a ser os problemas dele. E eram muitos, eram tantos! Ele, coitado, era sempre a vítima. Eu, resiliente, achava que poderia convertê-lo. Juro, ele tinha potencial para ser um querido! Mas na cama, amigas, a coisa foi piorando.
Ele, além de não ser bem equipado, definitivamente desconhecia geografia feminina e se achava tão excitante que dispensava preliminares. Eu sofria. Muito. Achava que eu não era bonita, que não o atraía. E fiz um tanto de mandingas e simpatias para convencê-lo a se entregar.
Depois de um ano e meio de casamento, ele teve uma crise nervosa. Desligou o celular e me deixou um bilhete: "vou me encontrar, preciso de um tempo, não se preocupe". Depois de me descabelar e gastar todos os créditos do meu celular com mensagens de amor, perdão e ódio, eu dormi. Por dois dias. E fui trabalhar como um zumbi na semana seguinte.
Uma semana depois, ele me mandou um email confuso no qual me culpava de tê-lo arrastado para minha vida à força. Chegou a essa conclusão depois de ir consultar uma senhora vidente, que recomendou uma desintoxicação emocional. Eu era muito carregada, de acordo com ela. E como era: carregava sozinha aquela criatura nas costas!
Sofri, chorei.. E, aos poucos, fui me reerguendo. Ocupei as gavetas vazias com roupas novas. E passei a desconfiar de qualquer homem com mais de 30 anos que nunca tenha tido um relacionamento sério. É isso, amigas S! Espero ter colaborado com outras mulheres na mesma situação que nós! Separadas pride!"

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

TURISMO

Querida leitora,

Ainda não decidiu onde passar as férias ?
Vai aí um teaser irresistível:

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Origem de tráfego 2

Continuando o estudo dos motivos que trazem as leitoras ao nosso humilde porém limpinho blog,
recorri mais uma vez às ferramentas de administradora. As palavras-chave mais recorrentes no gúgol, que levaram ao nosso link, foram: "casadas mal comidas". Hehe. Acho que elas querem
saber como é a vida do lado de cá da barricada.

Mas isso aqui foi especial: "mal casadas transam com menores".

Se alguma mal casada encostar no meu filhinho quando ele for adolescente ... MORRE !

separadas e o sobrenatural

Como são inúmeros os casos de separadas que se envolveram com criaturas sobrenaturais, proponho inaugurar esse novo tópico: "Separadas e o sobrenatural".

O Lobisomem continua a rondar minha porta. Ardiloso, dá uma de cachorrinho perdido para que eu o deixe entrar. Em breve contarei minha trágica história que está longe de ter um final feliz. Prevejo sangue, loucura e terror... e entre essas coisas um pouco de sexo selvagem, por favor...

Ano Novo, Vida Nova

Mais uma enquete, com duas perguntas:

1)O que vocês desejaram para o Novo Ano, enquanto pulavam as ondinhas ?
2)O que vocês já receberam nos primeiros dias de 2011 ?

Aqui vão minhas respostas:

1) Força e Entusiasmo, porque achei que o sexo viria como consequência.
2) Um potencial casado infiel, do qual fugi como o diabo da Cruz e em quem tenho pensado com veemência.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

No divã com S3

Inauguro aqui a série de Psicanálise 1,99 que poderei ou não dar continuidade em futuro próximo:

O Falo Adquirido

Sim, somos castradas, que frustrante, blablabla, quem quiser algo verdadeiramente profundo que vá ler Freud (a Companhia das Letras está republicando as obras completas com tradução do Paulo César de Souza – fica a dicka). Algumas mulheres, entretanto, e isto tem se tornado mais freqüente nos últimos tempos, possuem o chamado Falo Adquirido. O que seria este fenômeno?

O Falo Adquirido é nada mais, nada menos do que um exercício de poder. Neste reveillon, enquanto sorvia meu prosecco e olhava os fogos na praia, pensei que as grandes rainhas foram provavelmente as primeiras a adquirirem o cobiçado instrumento. Hoje em dia, é muito mais comum. Sigam a história que ouvi no balneário em que me encontrava:

Uma bela e famosa atriz, doravante denominada LP, estava caminhando na praia quando avistou a beleza selvagem do nativo N, que dedilhava seu violão sentado em uma pedra, trajando apenas uma bermuda e seus grandes olhos azuis. Ela cochichou algo à sua agente, que se aproximou do moço dizendo que se apresentasse ao hotel X em determinada hora e subisse direto ao quarto de LP. O nativo, que não era bobo nem nada, obedeceu. Na hora marcada, ele subiu ao quarto da atriz e o ato consumou-se como se faz desde tempos imemoriais (confessou-nos ele que ela deu trabalho – talvez ele não seja dos mais habilidosos). Ao fim do ato, ela mandou-o se vestir e despediu-se com essas doces palavras: “Isto aqui nunca aconteceu. Você não me conhece e eu não nunca te vi. Se você falar comigo algum dia na rua, eu não responderei e direi que você é um fã maluco. Se você falar disso pra alguém e algo sair na mídia, eu te processo.” E fechou a porta na cara do rapaz.

Até agora não me decidi se tenho horror ou inveja deste comportamento.

Decidi, tenho inveja.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A história se repete

Zipi, uma história de terror

Dedico esta história de lágrimas, sangue, morte e entorpecentes a meu amado M. B., que tanto alegrou e coloriu minha noite de ano novo.
(M. B., não fique bravo comigo...)

***

Gostaria de contar aqui neste blog, onde me sinto tão à vontade para abrir o coração já bastante judiado, minha experiência mais aterrorizante como separada.

Me envolvi com um homem que a principio parecia apenas mais um esquisitão, desses que sempre me conquistam, desses que aparecem e somem nos momentos mais absurdos, te dão presentes exóticos, falam baixo, de forma que você nunca consegue entender nada direito, estão sempre metidos em alguma encrenca com a lei, desde multas de trânsito até tráfico de drogas, falam e falam sobre suas vidas mas você sempre tem a sensação de que não sabe de nada sobre eles, te dão a impressão de terem uma "pegada" selvagem e têm um beijo que te deixa zonza, quase desfalecida... as vezes são misteriosamente grosseiros, não cuidam da aparência, te envergonham na frente dos amigos, mas mesmo assim te deixam zumbinizada aos seus pés.

Eu, crente que estava no comando da situação, na verdade passei semanas sendo seduzida por essa criatura que parecia enxergar as profundezas mais obscuras de minha alma, e me atingia nos pontos mais fracos covardemente. Mais tarde, companheiras, juntando todas as peças de um complexo e horrorizante quebra-cabeças maligno que vou lhes contar, vim a descobrir que esse homem não passava de uma criatura das trevas, sedenta de sangue, no caso, meu sangue! Que esse homem tão forte, másculo e misterioso na verdade era... um lobisomem japonês!

Choque!

Mistério!

Horror!

E morte...

(continua)